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“Talvez estejamos decidindo as próximas décadas nessas eleições”, diz economista-chefe da Farsul

Agronegócios

Publicado em 30/07/2018

Antônio da Luz palestrou na reunião-almoço da CIC alusiva ao Dia do Agricultor - Foto: Antonio Valiente
Antônio da Luz palestrou na reunião-almoço da CIC alusiva ao Dia do Agricultor - Foto: Antonio Valiente

“As próximas eleições podem definir muito mais do que os próximos quatro anos. Talvez estejamos decidindo as próximas décadas nessas eleições. À direita ou à esquerda, precisamos fazer as reformas que são necessárias, por mais amargas que sejam no início.” A afirmação é do economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz, que palestrou na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), nesta segunda-feira (30). Ao falar sobre o cenário econômico brasileiro e a importância do agronegócio, analisou as origens e os desdobramentos da crise que tirou o Brasil do rumo do crescimento. “O Brasil está ficando para trás”, ressaltou, ao falar sobre o peso das eleições de outubro e apresentar rankings e estatísticas que colocam o País em desvantagem em relação a outros países. “Saímos do fundo do poço, mas não do poço. Temos muito ainda a recuperar”.

O economista defendeu que o País precisa retomar a agenda da prosperidade. Tal agenda, explicou, inclui medidas como a organização das finanças públicas, redução da burocracia e do tamanho do Estado; e reformas da Previdência, Tributária e do Estado, com contratação de servidores pelo regime da CLT. “Servidor é para servir, não para ser servido”, declarou.  Além disso, mencionou a abertura da economia, como forma de aumentar as exportações, e as privatizações, a partir do entendimento de que a iniciativa privada pode prover os investimentos em infraestrutura. “Ao Estado cabe a elaboração de bons marcos legais e amigáveis ao ambiente de negócios”, sugeriu o economista da Farsul.

Para o palestrante, após os anos 80, considerada pelos economistas como a década perdida, a agenda econômica brasileira buscou o desenvolvimento econômico e social com o choque de estabilização do Plano Real e das reformas estruturais. Então, acrescentou, veio a nova matriz econômica, com mudanças significativas no tripé macroeconômico (responsabilidade fiscal, metas de inflação e câmbio flutuante), o que trouxe impactos negativos no resultado fiscal e monetário, no nível de empregos e nos desempenhos setoriais. “Graças à nova matriz da economia, o Brasil cometeu muitos erros na condução da política econômica”, argumentou Antônio da Luz. O economista acredita que o Brasil quer e pode crescer. Mas para isso precisa pactuar em torno de instituições econômicas que tragam prosperidade. “Boas instituições são o caminho para o crescimento econômico”, disse.

O palestrante também criticou a falta de sinergia e a forma como as entidades empresariais apresentam suas demandas aos políticos. Segundo ele, os pleitos são verticais, focados nos interesses setoriais, quando, em sua opinião, deveriam ser horizontais, ou seja, bons para a agricultura, indústria, comércio e serviços.  

A reunião-almoço da CIC desta segunda-feira foi alusiva ao Dia do Agricultor, comemorado anualmente no dia 28 de julho, e foi uma iniciativa da Diretoria de Agronegócios da entidade.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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