Notícias

Comunicação sem qualidade e sem clareza deixa empresas mais vulneráveis a crises de reputação

Gerais

Publicado em 24/04/2023

Tema foi abordado por Soraia Hanna durante a RA da CIC Caxias desta segunda-feira (24) - Foto: Júlio Soares
Tema foi abordado por Soraia Hanna durante a RA da CIC Caxias desta segunda-feira (24) - Foto: Júlio Soares

Nesta segunda-feira (24), a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) promoveu uma RA com a presença da empresária e jornalista Soraia Hanna, sócia-diretora da empresa Critério Resultados em Opinião Pública. Durante o evento, Soraia falou sobre o tema "Reputação e gestão de riscos: um caminho de profissionalização" e destacou o papel da imagem dentro da construção do valor de uma marca. “Não confunda uma emergência com uma crise. A crise é uma ruptura com a normalidade e sempre implica em uma ameaça”, afirmou. 

Em sua palestra, Soraia questionou: "Por que reputação importa?", e apresentou dados que mostram a cultura do tema. Segundo ela, 76% dos executivos brasileiros atribuem o valor de suas empresas à reputação e 1/3 da avaliação financeira das empresas nas 15 maiores bolsas de valores do mundo vêm da reputação corporativa.

Para Soraia, reputação é um acúmulo de boa vontade, fazendo o que é certo. "Instituições e empresas são feitas por pessoas. A reputação não vem de graça. Vem da confiança, relacionamentos, atitude, narrativa, legado e profissionalização", afirmou a empresária, destacando a importância de uma gestão de riscos adequada para proteger a confiança e a credibilidade das instituições.

Durante a palestra, Soraia apresentou alguns exemplos de empresas que tiveram a reputação nos seus negócios abalada por falhas na gestão de riscos. Ela enfatizou a importância de uma comunicação clara e transparente em momentos de tempestade para minimizar os danos. “Acontecimentos negativos não representam por si só uma crise. Mas a forma como são administrados podem se transformar em crise, e crises têm o potencial de afetar a organização inteira”, pontuou Soraia Hanna. 

Ainda de acordo com a especialista, a conjuntura econômica, o cenário de instabilidade e a polarização constante são gatilhos que tornam o debate cada vez mais próximo das empresas. Da mesma forma, o contexto econômico global e brasileiro gera incertezas e desconfiança nos ambientes corporativos e fazem a sociedade optar por marcas com posicionamento e ação. “Não basta fazer uma nota ou querer agradar sem conversar com a realidade a partir de ações concretas. Atitude gera confiança, que é fundamental no jogo da reputação”, afirmou Soraia.  

E durante uma crise, o que fazer? Soraia elencou algumas ações: fazer um plano de blindagem, identificando riscos potenciais antes da crise acontecer; identificar claramente o problema, reunindo todas as informações; criar um comitê de crise; estabelecer o alinhamento oficial definido pela organização e compartilhar com o time; e não se afundar no problema, o trabalho não pode parar. 

Ao final de sua apresentação, Soraia destacou a importância da profissionalização da gestão de riscos e do suporte corporativo à comunicação. Para a empresária, a gestão de riscos e a construção da reputação são uma necessidade para empresas e instituições.

Expectativa e preocupação

Ao anunciar sua expectativa em relação à palestra de Soraia, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, disse que “estamos cientes de que vivemos em um mundo cada vez mais complexo e incerto, onde empresas de todos os tamanhos e setores enfrentam desafios imprevisíveis e crises inesperadas. É por isso que acreditamos que é fundamental estar preparados para lidar com qualquer eventualidade que possa surgir”.

Celestino Loro também aproveitou a presença do público para externar preocupação em relação à política econômica do governo federal e também à falta de ação do Congresso Nacional em fazer avançar pautas importantes para a economia do País.

Veja a íntegra do discurso: 

“A confiança é um dos pilares da economia. E a confiança, meus amigos, é irmã-gêmea da previsibilidade. Sem confiança, os investimentos são postergados, o consumo é reprimido e o crescimento econômico é afetado.

Infelizmente, estamos vivendo um momento em que a confiança dos investidores e da população em geral na política econômica brasileira está abalada.

Os recentes episódios – como a declaração sobre a Guerra na Ucrânia, a isenção ou não da taxação de produtos importados – e a falta de um projeto claro para o País estão minando a confiança dos setores produtivos, prejudicando o desenvolvimento econômico. É cada vez mais urgente um sistema de regras fiscais sólido e bem seguro, que nos dê confiança para investir e expandir os negócios. Precisamos saber - afinal - qual é a regra do jogo!

Com um sistema fiscal claro e justo, podemos atrair mais investimentos e gerar o maior programa social que qualquer governo deveria desejar: empregos e oportunidades. 

Além disso, a falta de ação do Congresso Nacional em aprovar reformas importantes, como a tributária, a administrativa e o arcabouço fiscal, condições básicas para baixar a taxa de juros, também está impactando negativamente na economia.

Como líderes empresariais e cidadãos responsáveis, é nosso dever cobrar dos nossos representantes uma postura mais ativa e comprometida com a retomada do crescimento. 

Precisamos sobretudo de reformas que melhorem o ambiente de negócios e atraiam investimentos ao País. Sabemos o quão importante é um ambiente econômico, estável e previsível para o sucesso de nossas empresas. Não podemos permitir que a falta de ação e a inércia política continuem prejudicando a economia e o desenvolvimento do Brasil.

Além disso, a aprovação das reformas é essencial para garantir que as contas públicas estejam em ordem, evitando crises fiscais que prejudiquem toda a economia.

Senhoras e Senhores,

Os reflexos da falta de um plano de ação para fazer girar a economia brasileira já são reais e sentidos por muitos. Como todos sabem, a indústria automotiva é um dos setores mais importantes da economia brasileira, sendo responsável por empregar milhares de trabalhadores e movimentar uma grande cadeia produtiva.

No entanto, temos observado uma queda significativa nas vendas de veículos leves e pesados, o que afetou diretamente a produção e gerou uma paralisação em diversas fábricas. Essa situação é muito preocupante, pois afeta não apenas a indústria, mas setores como comércio e serviços.

Em resumo, é hora de acionar o botão de alerta e pedir por alternativas que nos permitam retomar o caminho do crescimento. Precisamos garantir um futuro mais próspero e estável para nossa cidade e para todo o País.”

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

Galeria de imagens