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“A liberdade está em xeque”, afirma Percival Puggina 

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Publicado em 15/02/2023

Jornalista e escritor gaúcho palestrou na abertura do calendário anual de eventos da CIC Caxias - Foto: Júlio Soares/Objetiva
Jornalista e escritor gaúcho palestrou na abertura do calendário anual de eventos da CIC Caxias - Foto: Júlio Soares/Objetiva

A palestra do jornalista e escritor gaúcho Percival Puggina abriu, nesta quarta-feira (15), a agenda de RA da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) no ano de 2023. Com o tema “O futuro da liberdade”, Puggina mostrou sua visão a respeito do ambiente político brasileiro. De acordo com ele, “a liberdade está em xeque, e aqueles que defendem vigorosamente a liberdade estão em estado de choque, e eu me incluo entre eles”, afirmou.  

Para o escritor gaúcho, entre as liberdades mais ameaçadas, - “e a que mais interessa” -, está a liberdade de expressão. “Sem a liberdade de expressão, eu mato o pensamento; o pensamento morre quando não é apresentado, não é exposto. É uma condição essencial dos povos livres que têm democracia que as pessoas possam dizer o que pensam. Se há excessos na comunicação feita, a lei existe, já está pronta, não precisa fazer mais nada. Fico muito preocupado quando ouço dizer que agora vamos controlar as redes sociais e quando vejo que o ministro Alexandre de Moraes (ministro do Supremo Tribunal Federal e presidente do Tribunal Superior Eleitoral) se coloca como disposto voluntário para apresentar sugestões para um projeto nesse sentido. Não confio que possa haver um projeto que corresponda ao meu desejo por liberdade. Ouço muito falar em democracia, em Estado de Direito, mas muito pouco sobre liberdade”, declarou.

Em entrevista coletiva à imprensa, Percival Puggina enfatizou que as gerações mais novas deveriam pedir diversidade de conhecimento. “Não se acolhe a diversidade de ideias, não se acolhe o pensamento divergente do outro, que passa a ser malvisto e objeto de segregação e de manifestação de repúdio porque pensa diferente. O jovem tem que querer saber mais para não sofrer um bloqueio do conhecimento, porque não conhecer a ideia divergente bloqueia a capacidade de entender. É exatamente do choque de ideias que vem a escolha livre do indivíduo”, opinou. 

Ao criticar os regimes totalitários e citar Cuba como exemplo, reforçou a ideia de que a marca das democracias é a liberdade de expressão. “A democracia é filha da liberdade e o Estado de Direito tão mencionado é neto da liberdade”. 

Em relação à Procuradoria de Defesa da Democracia, criada pelo governo federal por meio de decreto para atuar contra a desinformação e combate às fake news, Percival Puggina disse que a estrutura já nasce contaminada porque, segundo ele, este controle não pode ser tarefa do Estado. “A ninguém pode ser dada esta tarefa. Sempre que alguém assumir esta tarefa, tu estás dando a ela um poder sobre o pensamento. Quer regular, regula a sanção, mas não aquilo que é dito.  No Brasil nós fomos muito além disso, no Brasil já estamos silenciando a pessoa, e silenciar a pessoa é o superlativo da censura”, concluiu. 

Já o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, saudou a retomada dos eventos semanais na entidade e afirmou que as empresas impulsionam a economia. “É graças ao trabalho árduo e à visão de futuro que as empresas prosperam e geram o melhor plano de inclusão social que qualquer governo pode desejar: emprego, renda e oportunidade”, afirmou Loro.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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