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Nelson Lisot narra jornada empresarial que levou à criação da Cadence
Publicado em 21/07/2025

“Isso eu não esperava”, disse, surpreso, o empresário Nelson Lisot ao iniciar sua palestra na RA (reunião-almoço) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) desta segunda-feira (21), diante de um restaurante lotado. O evento fez parte da série "Histórias Inspiradoras" e revelou detalhes da trajetória que o levou de um pequeno negócio de venda porta-a-porta à criação da Cadence, marca nacionalmente reconhecida no setor de eletroportáteis.
Com a leveza de quem enfrentou altos e baixos e colheu frutos de uma vida dedicada ao empreendedorismo, Nelson Lisot inspirou os participantes da RA com uma história que, como ele resume, foi "de um pão para um bilhão". Natural de Caxias do Sul, onde nasceu em 1949, Lisot construiu sua história pessoal em paralelo à profissional. Casado desde 1973 com Cleusa Salete Silveira dos Santos, destacou o apoio da família ao longo de sua jornada
Com bom-humor, uma de suas marcas registradas, Lisot compartilhou momentos de desafios e conquistas, destacando o crescimento vertiginoso da empresa. "A Cadence chegou a crescer 300% ao ano", lembrou. Criada em 1999, a marca surgiu de uma máquina de fazer pão comprada nos Estados Unidos. Em poucos anos e alguns containers depois, ampliou sua linha de produtos com cafeteiras, sanduicheiras e chaleiras elétricas, chegando a oferecer 250 itens e atingindo um faturamento anual entre R$ 600 e 700 milhões em 2014, ano em que foi vendida para a multinacional Jarden, dona de várias marcas, entre as quais a Oster Brasil.
A equipe de vendas, segundo ele, foi um dos pilares do sucesso do negócio. "Era um dos nossos grandes valores", afirmou. Com a facilidade do porto e incentivos fiscais, a Cadence transferiu sua sede para Itajaí (SC), em 2005, quando houve o grande crescimento da empresa e o fortalecimento da marca. Superando crises como o apagão elétrico de 2001 e a enchente que devastou o estoque na cidade catarinense em 2008, Lisot reforçou a importância da resiliência. "Quando a gente cai um pouco, levanta mais forte. Precisamos não desistir nunca".
Antes da Cadence, Lisot empreendeu com a Bordados Cris, criada com a esposa e batizada em homenagem aos filhos Cristiano e Cristiane. Também participou da criação da Lisotjour, loja idealizada por Cleusa, e instalou dois shoppings de fábrica. Uma tentativa malsucedida de implantar um terceiro shopping acabou sendo decisiva. "Foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida. Senão, a Cadence não existiria", contou.
Nelson Lisot foi presidente da CDL Caxias entre 2001 e 2003 e vice-presidente de Comércio da CIC Caxias entre 2005 e 2007. Também criou o evento beneficente Homens na Cozinha, da CDL Caxias, que ele define como sendo “um de seus filhos”. “Tenho muito orgulho de ter criado", revela.
Na coletiva de imprensa, reforçou conselhos a novos empreendedores: "Economia total e reinvestimento. O dinheiro que entra tem que voltar para a empresa. E não desistir nunca". Sobre o atual cenário econômico, foi crítico e disse que "os empresários estão de mãos atadas. Precisamos de que os governantes pensem no povo e no País".
Na abertura do evento, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, fez um pronunciamento incisivo em defesa do setor produtivo. Ele expressou preocupação com o momento crítico das relações comerciais internacionais, alertando que até 25% das exportações de Caxias do Sul podem ser comprometidas. Loro criticou a diplomacia brasileira, a inércia política e a falta de ações concretas, apelando por responsabilidade, maturidade e visão de futuro por parte dos governantes. Em seguida, destacou a trajetória inspiradora de Nelson Lisot, exaltando sua essência empreendedora, simplicidade e capacidade de transformar sonhos em realizações duradouras.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)