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“Educação no Brasil não é prioridade”, afirma diretor do Sesc e Senac RS

Gerais

Publicado em 08/08/2022

José Paulo da Rosa palestrou durante painel de perguntas - Foto: Júlio Soares/Objetiva
José Paulo da Rosa palestrou durante painel de perguntas - Foto: Júlio Soares/Objetiva

“A educação no Brasil não está bem. Todos os exames que testam o nível de qualidade dos nossos estudantes demonstram que eles não se apropriam da matemática, do português quando concluem o Ensino Fundamental e o Ensino Médio. Nos testes mundiais como o Pisa (Programa Internacional de Avaliação de Alunos), por exemplo, a nossa posição sempre é ruim. Tudo isso demonstra que a educação no Brasil não é prioridade. Embora esteja no discurso, na prática a gente não observa isso”. A análise é do diretor Regional do Sesc (Serviço Social do Comércio) e Senac (Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial) no Rio Grande do Sul, José Paulo da Rosa, que nesta segunda-feira (8) palestrou na RA CIC sobre ética, educação e gestão.

De acordo com o palestrante, o mundo do trabalho também sofre as consequências desse descaso com a educação. “No momento em que o País cresce, que as empresas precisam contratar, faltam pessoas preparadas e qualificadas para atender a esta demanda”, acrescentou. 

Em relação à ética, João Paulo afirmou que se trata de um fundamento que precisa ser discutido, valorizado e trabalhado pela sociedade brasileira. “Se não tivermos ética, talvez a gente não tenha educação. E sem ética e sem educação, nós não temos uma gestão de excelência e não chegaremos aonde o País precisa chegar”, frisou.

O convidado citou pesquisas que fez na Coréia do Sul e Singapura, países que, segundo ele, além de priorizarem a educação básica, valorizam muito a educação profissional. “A realidade desses países demonstra que em torno de 70% dos estudantes que estão no Ensino Médio fazem também qualificação profissional. Ao contrário do Brasil, onde nós temos cerca de 12% só desses estudantes fazendo qualificação profissional”, pontuou José Paulo da Rosa. Segundo ele, o Sistema S, especialmente Senac e Senai, possuem hoje estrutura, experiência e proposta pedagógica que podem contribuir para um grande projeto nacional que possibilite aumentar esses índices”. 

A respeito dessa estrutura, José Paulo apresentou dados do Sesc e Senac no Rio Grande do Sul. O Sesc, por exemplo, possui 43 unidades operacionais em todo o estado, que administram 18 escolas de Educação Infantil, além de empreendimentos e serviços voltados para a saúde e lazer dos comerciários, totalizando mais de 379 mil clientes. Já o Senac, engloba 35 escolas de educação, sendo duas faculdades, uma escola EAD e 11 unidades de atendimento. Somente em cursos técnicos presencial e EAD, a entidade tem quase 78 mil alunos no estado. Na unidade Senac Caxias do Sul, dados de junho deste ano apontam cerca de 2.100 matrículas nas diferentes modalidades de educação profissional. 

José Paulo da Rosa anunciou que para 2023, o Sesc em Caxias do Sul também passará a ofertar aos filhos dos comerciários escola gratuita e integral na modalidade de Educação Infantil. 

Em sua saudação, o presidente da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), Celestino Oscar Loro, destacou a importância do papel do Sistema S para a formação integral e profissional dos jovens. Sugeriu maior aproximação das entidades com as empresas, para que sejam melhor identificadas as carências de qualificação de mão de obra no atual momento da economia. 

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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