Notícias

A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) realizou nesta segunda-feira (6) a tradicional RA (reunião-almoço) em preparação à Mercopar 2025, que ocorre de 14 a 17 de outubro, em Caxias do Sul. O evento reuniu empresários, lideranças setoriais e autoridades para discutir os caminhos da inovação, da produtividade e da competitividade industrial no Brasil.

Os palestrantes convidados foram Marcus Coester, CEO da Aerom Sistemas de Transporte S.A. e diretor do Grupo Coester, e Jayme Peixoto, diretor industrial da Taurus Armas. Ambos trouxeram à pauta reflexões sobre o papel da tecnologia, da sustentabilidade e das políticas públicas na construção de um ambiente econômico mais dinâmico e eficiente para a inovação.

Tecnologia nacional e integração produtiva

Em sua apresentação, Marcus Coester destacou a trajetória do Grupo Coester, empresa com sede em São Leopoldo (RS) e forte atuação nas áreas de automação e transporte inteligente. À frente da Aerom, Coester apresentou o projeto Aeromovel, tecnologia 100% nacional, baseada na propulsão pneumática, com vagões fabricados pela Marcopolo, que já opera no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), conectando os terminais de passageiros à estação da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).

O executivo, que também integra o Conselho de Inovação e Tecnologia (CITEC) da FIERGS, ressaltou que a competitividade da indústria gaúcha e brasileira depende da consolidação de um ecossistema de inovação colaborativo, que una empresas, universidades e poder público em torno de metas comuns. “Seu objetivo é fortalecer o papel da indústria gaúcha no ecossistema de inovação”, afirmou.

Produtividade e sustentabilidade como pilares

O diretor Industrial da Taurus Armas, Jayme Peixoto, abordou falou sobre estratégias para a competitividade da indústria nacional. Com vasta experiência no setor e pesquisador em Engenharia de Produção, Peixoto destacou que inovar é tanto aumentar ganhos quanto reduzir investimentos, otimizando processos e elevando a eficiência.

Em sua exposição, ressaltou os desafios enfrentados pelas empresas diante das altas taxas de juros, atualmente em torno de 24,6% ao ano para pessoa jurídica, e a necessidade de políticas públicas mais eficazes de fomento. Apontou, ainda, oportunidades de apoio por meio da depreciação acelerada, que tem entre R$ 3 bilhões e R$ 7,5 bilhões em benefícios fiscais, e dos programas Brasil Mais Produtivo, BNDES e FINEP, que destinam cerca de R$ 300 bilhões a projetos de produtividade entre 2023 e 2026.

Segundo Peixoto, o cenário global exige conhecimento, timing e cooperação. “Nem toda competição acontece aqui; o verdadeiro desafio está lá fora. E, para enfrentá-lo, precisamos agir em colaboração”, disse.

Ao abrir o evento, o presidente da CIC Caxias destacou que a Mercopar reafirma o papel de Caxias do Sul como um centro de inovação e tecnologia industrial. Em seu discurso, traçou um paralelo entre a competitividade “da porta para dentro”, em que as empresas brasileiras se equiparam às melhores do mundo, e “da porta para fora”, onde persistem entraves estruturais, como Custo Brasil, burocracia, custo logístico e alta carga tributária. O dirigente também expressou a preocupação da entidade com o aumento de impostos, penalizando a sociedade e quem investe e produz. Isso enfraquece nosso ecossistema e reduz a atratividade do País”, alertou.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)