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Economia de Caxias do Sul registra alta em julho puxada por indústria e serviços

Economia, Finanças e Estatística

Publicado em 09/09/2025

Números de julho foram divulgados pela CIC e CDL nesta terça-feira (9) - Foto: Denise Suzin Borges
Números de julho foram divulgados pela CIC e CDL nesta terça-feira (9) - Foto: Denise Suzin Borges

A economia de Caxias do Sul apresentou crescimento de 3,2% em julho na comparação com o mês anterior, segundo dados da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) e Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL Caxias). O resultado, apresentado nesta terça-feira (9), foi impulsionado principalmente pela indústria, que avançou 5,3%, e pelos serviços, com elevação de 2,1%. Já o comércio teve retração de -1,2% no período.

Na análise em relação a julho de 2024, descontados os efeitos sazonais, a economia local registrou leve alta de 0,2%. O setor de serviços novamente se destacou, com expansão de 9,5%, seguido pelo comércio, com 2,1%. A indústria, no entanto, apresentou queda de -5,5%.

No acumulado do ano, que considera os sete primeiros meses de 2025 em relação ao mesmo período do ano anterior, os serviços cresceram 8% e o comércio 2,3%, enquanto a indústria recuou -4,2%. O desempenho geral aponta para um crescimento tímido de 0,5%.

Já no acumulado de 12 meses, a economia caxiense avançou 2,8%. Mais uma vez, os serviços lideraram o resultado, com aumento de 9,8%, seguidos pelo comércio, que cresceu 1,1%. A indústria registrou retração de -0,5%. Apesar do saldo positivo, o ritmo de crescimento tem perdido fôlego nos últimos meses, reflexo das incertezas no cenário macroeconômico brasileiro e global. 

Para o vice-presidente de Indústria da CIC Caxias, Ruben Bisi, o desempenho recente reflete a dificuldade de planejamento diante de um cenário de instabilidade, em que variáveis como juros altos, custos dolarizados e oscilações no agronegócio afetam diretamente a produção local. Segundo ele, a indústria de bens de capital, que exige investimentos de longo prazo, encontra barreiras adicionais para expandir e sustentar o crescimento, o que explica parte da retração observada no setor.

Mercado de trabalho

O mês de julho encerrou com estoque de 172.926 empregos formais em Caxias do Sul. Foram registradas 8.325 admissões e 8.420 desligamentos, resultando em saldo negativo de 95 vagas. A indústria foi o setor mais impactado, com perda de 221 postos. Já os serviços abriram 62 novas vagas, seguidos pela construção civil (+42), comércio (+11) e agricultura (+11).

Comércio exterior

O setor externo apresentou resultado positivo em julho. As exportações cresceram 7,5% e as importações 0,9% frente a junho, ampliando o saldo da balança comercial em 20,3%. Na comparação com julho de 2024, o saldo foi 5,9% maior. No acumulado de 12 meses, houve alta de 35,1%.

Os principais itens exportados continuam sendo materiais de transporte, que representam 48% do total, com a Argentina retomando a liderança como destino, absorvendo 25% das vendas. Nas importações, 52% correspondem a máquinas e aparelhos, sendo a China a principal origem, com 45%.

O diretor de Economia, Planejamento e Estatística da CIC Caxias Tarciano Mélo Cardoso destacou que os entraves macroeconômicos pesam especialmente sobre a indústria de maior valor agregado. “Quando olhamos para todas as incertezas no cenário doméstico, temos uma economia fragilizada. Ao estimular o consumo, aciona-se também a inflação, e o instrumento para contê-la é o juro. A indústria pesada, de bens de capital, depende de financiamento de longo prazo, com taxas atrativas. Além disso, o agro, que enfrenta perdas recorrentes de safra no Rio Grande do Sul, impacta diretamente a indústria, que depende desse setor para plantar, colher e escoar a produção”, analisou. 

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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