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CIC Connection 2025 debate equilíbrio entre o humano e o algoritmo em dois dias de teatro lotado

Comunicação e Marketing

Publicado em 27/06/2025

Evento promovido pela CIC Caxias reuniu especialistas de renome nacional - Foto: Júlio Soares/Objetiva
Evento promovido pela CIC Caxias reuniu especialistas de renome nacional - Foto: Júlio Soares/Objetiva

Com o tema “O equilíbrio entre o humano e o algoritmo”, o CIC Connection 2025 lotou o UCS Teatro nos dias 25 e 26 de junho com uma programação estratégica voltada à gestão. Realizado pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), o evento entregou dois dias de debates sobre negócios, inovação, inteligência artificial, saúde mental, comportamento humano e liderança transformadora.

Na abertura oficial, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, destacou a importância da geração e disseminação do conhecimento como vetor de desenvolvimento. “Quando o conhecimento é colocado em prática, ele se transforma em renda, empregos e oportunidades”, afirmou, ao saudar os participantes e agradecer aos parceiros pela viabilização do evento.

A segunda edição do CIC Connection foi realizada em collab com Círculo Saúde, Marcopolo e Sicredi Pioneira, e contou com patrocínio ouro da Randoncorp e patrocínio prata de CSG, Grupo Andreazza, Simecs e Tramontina. O evento também teve apoio institucional do Sistema Fiergs e apoio de Blue Tree Towers (hotel oficial do evento), Brasdiesel, Cartrom Embalagens, InFront Mídia, Expotendas, UCS e Upplay+Quanta, além de Grupo RBS como mídia partner.

Primeiro dia: algoritmo, economia e liderança disruptiva

A programação de quarta-feira (25) foi aberta com um talk show sobre o equilíbrio entre vida profissional e pessoal, com mediação da jornalista Kelly Matos, da Rádio Gaúcha. Participaram do bate-papo Mauro Correia, CEO da HPE Automotores do Brasil, e Patrícia Acioli, diretora de Comunicação Corporativa e Sustentabilidade da Scania.

Correia abordou o papel da liderança na construção de ambientes profissionais mais leves e humanizados. “O grande desafio é criar um ambiente em que as pessoas queiram estar, se sintam felizes para trabalhar e voltem para casa com energia e bom humor”, afirmou. Ele defendeu a valorização da diversidade cultural e o respeito às diferentes realidades dentro das empresas.

“Não existe mais espaço para o líder super-herói. Precisamos normalizar a vulnerabilidade e criar ambientes de segurança emocional nas organizações”, defendeu Patrícia. Ela também destacou que a leveza nas relações e a escuta ativa são essenciais para engajar equipes em um ambiente cada vez mais colaborativo e menos hierárquico. 

Na sequência, Fernando Honorato Barbosa, economista-chefe do Bradesco, apresentou um panorama das incertezas da economia global e suas repercussões para o Brasil, em palestra mediada por Joarez Piccinini, diretor de Planejamento, Economia e Estatística da CIC Caxias. Honorato apontou que o mundo vive uma instabilidade inédita desde a Segunda Guerra Mundial, com tensões comerciais, crise da dívida americana e aumento do protecionismo.

Apesar do cenário desafiador, o Brasil apresenta certa resiliência graças à sua matriz energética diversificada e ao agronegócio robusto. “Do lado da economia real, ainda há sinais de resiliência. O Brasil terá um encontro com as contas públicas em 2027. Mas, até lá, há espaço para crescimento moderado e oportunidade de amadurecimento institucional”, projetou.

Na parte da tarde, o escritor e especialista em gestão de vendas Sandro Magaldi trouxe uma análise sobre cultura organizacional e a importância de formular perguntas transformadoras diante da incerteza. Com mediação de Ubiratã Rezler, presidente do Simecs, Magaldi destacou que a velocidade das mudanças exige uma nova mentalidade nas empresas. “Fomos educados para ter respostas. Mas o futuro será liderado por quem souber fazer as perguntas certas”, afirmou. Para o palestrante, cultivar o hábito de perguntar desde a infância contribui para ampliar a compreensão de mundo e preparar as pessoas para decisões mais conscientes, sobretudo em contextos de alta complexidade. “Ao perguntar não apenas obtemos respostas, mas aprendemos a pensar de modo independente e a construir nosso próprio conhecimento”, acrescentou.

Encerrando o primeiro dia, Cristiano Kruel, CIO da StartSe, compartilhou experiências vividas no Vale do Silício, na China e na Europa, e falou sobre os impactos da inteligência artificial nas organizações. Em palestra mediada por Grasiela Tesser, diretora de Inovação da CIC Caxias, Kruel defendeu que IA é um desafio organizacional, não apenas tecnológico. “Não existe uma só IA. Existem muitas. E elas exigem que aprendamos sem parar. IA não é da TI, é da liderança”, pontuou. Com humor e profundidade, ele alertou que o verdadeiro risco está em equipes desinformadas ou acomodadas. “Se você não der direção, seu time vai aprender IA pelo TikTok.”

Segundo dia: foco no humano, futurismo e gestão humanizada

A programação de quinta-feira (26) 26 mergulhou nas dimensões humanas da gestão. O primeiro painel abordou saúde mental e inteligência emocional, com mediação da doutoranda em Psicologia Fran Wiczneski. Participaram do talk show Elisa Zingano, da Realis Pessoas Conscientes/Negócios Humanizados, e Alessandra Gonzaga, da Conexão IE.

Elisa apresentou dados preocupantes: o Brasil lidera os índices globais de ansiedade, burnout e afastamentos por doenças mentais. Ela destacou que a geração Z, mais conectada e exposta, é a mais adoecida emocionalmente. “Estamos falando de um custo humano e financeiro altíssimo. Precisamos tratar a saúde mental como prioridade estratégica”, defendeu.

Alessandra, por sua vez, apontou o esgotamento das lideranças e a dificuldade crescente em encontrar pessoas dispostas a assumir cargos de gestão. “Hoje, ninguém quer ser líder. A sobrecarga é generalizada, e a patologização das emoções atrapalha ainda mais”, disse. Para ela, líderes precisam ser formados com base em conhecimento de comportamento humano, e começar por si mesmos.

O segundo conteúdo foi conduzido por Eduardo Almeida, CEO da Ikigai Brasil, com mediação do diretor da Marcopolo Caio Doi. Em palestra provocadora, Almeida apresentou os pilares do Ikigai, que significa razão de viver, aplicados ao contexto corporativo. “Quem não soma, some. Propósito é servir, gerar valor e ser relevante. Liderança é sobre se você se seguiria”, afirmou. Ao incentivar os líderes a se reconectarem com seus valores, ele defendeu que o engajamento genuíno é o maior diferencial competitivo.

Na sequência, a futurista Lala Deheinzelin, com mediação de Cristine Wedig de Col, da Sicredi Pioneira, trouxe um olhar sistêmico e inovador sobre os “porquês e comos das lideranças do futuro”. Ela destacou que vivemos a maior transição da história da humanidade, marcada por tecnologias exponenciais e mudanças geopolíticas. “Hoje, todo líder precisa ser um pouco futurista. Precisamos imaginar o que ainda não existe, mas que será essencial para o bem-comum”, afirmou, ao defender decisões mais conectadas com o planeta, as pessoas e a interdependência global. “O futuro é coo: coordenado, conectado, convergente, cooperativo e coletivo”, assinalou Lala.

O encerramento do evento ficou a cargo de Silvio Bugelli, CEO da Capital Relacional, com a palestra “Gestão humanizada: a neurociência comprova e a liderança transforma”, mediada por Cintia Joner Martins, do Círculo Saúde. Ele propôs uma reflexão sobre o verdadeiro papel da liderança em tempos de automação. “Gestão é gerar resultado. Mas gestão humanizada é também cuidar de sentimentos, medos, dúvidas. O que nos torna humanos é pensar e sentir, e é aí que está o nosso diferencial frente aos algoritmos”, concluiu.

“A segunda edição do CIC Connection consolidou o evento como um espaço de provocação, reflexão e aprendizagem profunda sobre o presente e o futuro da gestão. Em dois dias de casa cheia, líderes empresariais e especialistas compartilharam ferramentas, inquietações e estratégias para navegar entre o humano e o digital”, avaliou o presidente da CIC Caxias. A terceira edição já está em planejamento.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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