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Serra Gaúcha concentra 40% do potencial de novas indústrias para expansão do consumo de gás natural

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Publicado em 23/06/2025

Charles Netto, diretor Comercial da companhia, palestrou na RA CIC Caxias desta segunda-feira - Foto: Júlio Soares/Objetiva
Charles Netto, diretor Comercial da companhia, palestrou na RA CIC Caxias desta segunda-feira - Foto: Júlio Soares/Objetiva

O potencial de pequenas e médias indústrias na Serra Gaúcha pode ser o motor de uma nova fase de expansão do consumo de gás natural no Rio Grande do Sul. O dado foi apresentado nesta segunda-feira (23) pelo diretor Comercial da Sulgás, Charles Netto, durante a RA (reunião-almoço) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias).

Segundo levantamento da empresa, existem 365 novas indústrias mapeadas para serem atendidas no estado, das quais 40% estão concentradas na Serra Gaúcha e 56% na Região Metropolitana. Esse potencial fundamenta o projeto “Mais Gás Natural para Indústrias”, que prevê investimento de R$ 250 milhões em dez anos, sendo R$ 120 milhões para incentivar a conversão de equipamentos e R$ 130 milhões para a construção de nova infraestrutura de rede. A empresa também detalhou os principais setores que podem se beneficiar da migração para o gás natural, como metalmecânico, plástico, alimentos e borracha, muitos deles localizados a distâncias entre 500 e 1.000 metros da rede já existente.

Com uma malha de 1.500 quilômetros, que distribui cerca de 2 milhões de metros cúbicos de gás por dia para 100 mil clientes em 37 municípios, a Sulgás projeta ampliar seu alcance. De acordo com Charles Netto, o gás natural oferece previsibilidade de preço, eficiência energética e redução de custos de manutenção, consolidando-se como uma alternativa segura e competitiva para diferentes segmentos produtivos.

No entanto, Netto destacou que a principal limitação para aumentar o consumo é a capacidade de transporte do gás até o Rio Grande do Sul, cuja infraestrutura é de responsabilidade da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e fiscalizada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP). “Nós precisamos de mais gasoduto de transporte. O famoso Gasbol (Gasoduto Bolívia-Brasil), que passa desde São Paulo até o Rio Grande do Sul, precisa ser ampliado”, alertou.

Outro destaque da palestra de Netto foi o primeiro projeto de biometano canalizado do Rio Grande do Sul, que contará com a integração de uma usina no município de Triunfo, da empresa Bioo Holding S.A. Com capacidade de produzir 30 mil metros cúbicos por dia a partir da decomposição de matéria orgânica, o biometano será injetado na rede da Sulgás a partir de agosto. Para viabilizar essa conexão, a companhia está investindo na construção de quatro quilômetros de gasodutos, reforçando a oferta de energia renovável e apoiando os clientes industriais em suas metas de descarbonização.

Além disso, o diretor da Sulgás apresentou iniciativas como os corredores verdes, uma rede de postos para abastecimento de veículos pesados com GNV em alta vazão. Reforçou ainda os benefícios ambientais do gás natural, que proporciona menor emissão de particulados e gases poluentes, facilita processos de licenciamento e garante uma queima mais limpa e eficiente.

Ao abrir o evento, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, enfatizou que a entidade defende o debate sobre alternativas energéticas, mas reforçou que toda solução precisa ser economicamente viável e sustentável em toda a cadeia. “Não importa qual energia vamos escolher para o futuro: a conta precisa fechar, de ponta a ponta”, afirmou. Loro também manifestou preocupação com os impactos da geopolítica global na segurança energética, citando os efeitos dos conflitos no Oriente Médio.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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