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Futuros dicotômicos e acelerados marcam enfoque da futurista Sabina Deweik

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Publicado em 28/04/2025

Pesquiadora falou sobre desafios da humanidade ao lidar com os avanços tecnológicos
Pesquiadora falou sobre desafios da humanidade ao lidar com os avanços tecnológicos

A futurista, caçadora de tendências e pesquisadora de comportamento humano Sabina Deweik trouxe uma reflexão contundente sobre os cenários futuros durante a RA (reunião-almoço) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), realizada nesta segunda-feira (28). Com o tema “O futuro da saúde: o tecnológico e o humano”, Sabina destacou que estamos vivendo uma era de futuros dicotômicos, em que avanços tecnológicos caminham lado a lado com uma crescente necessidade de aprofundamento das conexões humanas.

Entre as principais tendências apontadas, Sabina ressaltou a aceleração exponencial das mudanças, impulsionada pela tecnologia e potencializada pela pandemia de coronavírus; a era da policrise, em que crises econômicas, sociais, ambientais e geopolíticas se interligam; e o avanço vertiginoso da inteligência artificial generativa, que já impacta as emoções humanas, não apenas a produtividade.

Ela também destacou que a humanidade enfrenta novos desafios como o aumento extremo da temperatura global, a transformação do Brasil em um dos países mais envelhecidos nas próximas décadas e mudanças profundas no mercado de trabalho, em que 65% das crianças que hoje começam a estudar ocuparão empregos que ainda não existem.

No campo da saúde, Sabina chamou atenção para uma nova fronteira: a saúde social, apontando que questões como solidão e saúde mental se tornaram epidemias globais. Dados apresentados mostraram que o afastamento por burnout aumentou quase 1.000% na última década, e que a falta de conexão social já é reconhecida pela Organização Mundial da Saúde como um grave problema de saúde pública. “A saúde social está para esta década como a saúde mental estava há 10 ou 15 anos: prestes a se tornar um tema central”, compartilhou.

Ao abordar a dicotomia entre tecnologia e humanidade, Sabina mostrou que, de um lado, temos biotecnologia, computação quântica e gêmeos digitais; de outro, a necessidade urgente de empatia, comunicação profunda, senso de pertencimento e relações significativas. Para navegar esse cenário de disrupção, defendeu que o desenvolvimento de real skills – habilidades como resiliência, criatividade, liderança social e inteligência emocional – será fundamental.

A palestra também trouxe uma provocação: “E se você soubesse tudo sobre o amanhã, o que faria de diferente hoje?”, estimulando a reflexão sobre como as escolhas do presente moldam os futuros possíveis.

O presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, destacou, na abertura, que o tema da saúde é um dos maiores desafios para empresários e para a sociedade, diante dos altos custos, da longevidade crescente da população e da necessidade de evolução dos sistemas de saúde. Também ressaltou que a inteligência artificial poderá ser um divisor de águas. Para Loro, ela pode tanto ajudar a resolver problemas crônicos como agravar ineficiências, se não for bem integrada.

Loro aproveitou ainda para registrar a realização do Dia Mundial da Criatividade, celebrado em 21, 22 e 23 de abril, que teve atividades realizadas também na CIC Caxias.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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