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Socorro financeiro ineficaz

Institucional

Publicado em 04/07/2024

Celestino Oscar Loro, presidente da CIC Caxias - Foto: Júlio Soares/Objetiva
Celestino Oscar Loro, presidente da CIC Caxias - Foto: Júlio Soares/Objetiva

Por Celestino Oscar Loro, presidente da CIC Caxias

A atual conjuntura diante das enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul revela uma preferência pela burocracia em detrimento da ousadia necessária para enfrentar esta crise. Enquanto a lógica da ousadia sugere a disponibilização abundante de recursos, sem burocracias e com regras claras e simples, a realidade é um cenário de complexidade, concorrência entre localidades e um processo moroso e escasso de recursos.

A ousadia ideal seria aquela caracterizada por uma abordagem desburocratizada, em que os recursos chegassem à ponta sem competições internas entre cidades e regiões. Esses recursos, disponíveis para todo o estado, permitiriam uma recuperação uniforme e eficaz da economia, com foco na reorganização das cadeias produtivas gaúchas. No entanto, o que observamos é uma burocracia asfixiante, com regras excessivamente complexas que dificultam o acesso aos recursos necessários.

Em vez de uma distribuição equitativa e ágil, estamos vendo uma concorrência prejudicial, em que cada região luta para obter sua parcela dos recursos. Este sistema não só adia a liberação de fundos, como também limita a disponibilidade dos mesmos. O modelo atual ignora a transversalidade do problema, tratando a liberação de recursos de forma vertical e local, sem considerar as repercussões mais amplas na economia estadual.

A burocracia prevalente não leva em conta as rupturas nas cadeias produtivas, a falta de suprimentos, componentes, pagamentos e créditos abalados. As consequências das enchentes vão muito além dos locais diretamente atingidos, afetando toda a geografia econômica do estado. A modelagem atual, centrada apenas nas áreas de desastre imediato, falha em reconhecer e mitigar os efeitos cascata que se espalham por todo o Rio Grande do Sul.

Os fatos, mais do que as notícias, nos mostram que estamos, em grande medida, por nossa própria conta, buscando maneiras de resolver a situação por nossos próprios meios.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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