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“Pior do que a pandemia do ponto de vista econômico”, afirma vice-governador gaúcho sobre impacto das enchentes  

SuperAção Serra Gaúcha

Publicado em 01/07/2024

Gabriel Souza palestrou na RA CIC Caxias desta segunda-feira (1º) - Foto: Júlio Soares/Objetiva
Gabriel Souza palestrou na RA CIC Caxias desta segunda-feira (1º) - Foto: Júlio Soares/Objetiva

Com o orçamento estadual pressionado por restrições financeiras e regras fiscais, o vice-governador gaúcho clamou por ajuda federal e à solidariedade federativa para a reconstrução do estado abalado pelo que chamou de “maior catástrofe climática do Rio Grande do Sul”. Gabriel Souza foi o convidado da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) para ocupar o palco da RA CIC como palestrante desta segunda-feira (1º). 

De acordo com o vice-governador, a arrecadação do ICMS projetada antes das enchentes era de R$ 6,74 bilhões para o período entre os dias 1º de maio e 18 de junho. Na prática, entretanto, foram arrecadados R$ 5,16 bilhões, uma queda de 23,4%. “É pior do que a pandemia do ponto de vista econômico”, enfatizou Souza, citando como exemplo a destruição de ativos como máquinas, prédios, escritórios, além de estradas e pontes. Na pandemia, lembrou, após o fim das medidas sanitárias, foi possível rapidamente retomar a atividade econômica.

“Estima-se que as enchentes de maio de 2024 no Rio Grande do Sul se configurem como um dos eventos de maior dano e prejuízo econômico do Século XXI”. E alertou que somente o fechamento do Aeroporto Salgado Filho até dezembro pode resultar em um impacto entre R$ 2,5 bilhões e R$ 3,2 bilhões no PIB do estado.

O vice-governador reiterou que, em razão dos danos econômicos, o Rio Grande do Sul precisa da ajuda do governo federal. “Posso estar enganado, mas a minha impressão é que muitas autoridades federais ainda não entenderam o que aconteceu no Rio Grande do Sul e, pior do que isso, quanto mais o tempo passa, menor é o grau da comoção”, disse o vice-governador, acrescentando que os recursos de socorro às empresas são insuficientes e o acesso ao crédito é cheio de regras e restritivo. 

Gabriel Souza entende que o momento exige ações enérgicas do governo federal a fim de que o estado possa rapidamente ter os recursos necessários para a reverter a curva das perdas. “Uma resposta ágil e efetiva pode significar perdas três vezes menores e recuperação um ano mais rápido”, argumentou.

Gabriel Souza também explanou sobre os projetos estruturantes do Plano Rio Grande, criado para acelerar e organizar os processos de reconstrução do estado. A iniciativa atuará em três frentes: ações emergenciais; ações de reconstrução; e Rio Grande do Sul do futuro. Esse último envolve ações de longo prazo, voltadas, por exemplo, ao fortalecimento das atividades produtivas gaúchas. Gabriel de Souza preside o Conselho do Plano Rio Grande.

Em sua saudação, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, também criticou a burocracia e a morosidade das medidas de apoio às empresas. Sobre a desoneração do ICMS na compra de ativos, de responsabilidade do governo do estado, Loro afirmou que “é uma medida importante, porém, precisamos que ela seja sem restrições e ampliada para todo o setor produtivo, porque todo o setor produtivo se interliga. Além de repor os equipamentos perdidos com as enchentes, a medida precisa também considerar e apoiar a produção de uma importante cadeia de sistemistas impactada pelos prejuízos”.

O presidente da CIC também questionou o acesso ao crédito: “Estamos presenciando esforços incríveis para se criar barreiras e limitar o acesso a financiamentos. Em um momento tão crítico, deveríamos ter uma oferta abundante de crédito, sem restrições, com o único objetivo de restabelecer rapidamente a economia gaúcha. Precisamos muito mais do que 15 bilhões de financiamento por parte do BNDES”, contestou. 

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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