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“Podemos aguardar um Milei muito mais criterioso e menos explosivo”, afirma Gustavo Segré

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Publicado em 27/11/2023

Economista e comentarista da Jovem Pan palestrou na CIC Caxias em evento comemorativo aos 45 anos do Grupo PCP Steel - Foto: Júlio Soares
Economista e comentarista da Jovem Pan palestrou na CIC Caxias em evento comemorativo aos 45 anos do Grupo PCP Steel - Foto: Júlio Soares

Nesta segunda-feira (27), a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) reuniu aproximadamente 300 empresários em uma reunião-almoço (RA) especial para comemorar os 45 anos do Grupo PCP Steel. O evento contou com a presença de Gustavo Segré, economista e comentarista político e econômico da Jovem Pan, que apresentou sua análise sobre a conjuntura política e econômica entre Brasil e Argentina. “Os presidentes são inquilinos temporários do Planalto e da Casa Rosada. O importante é observar o ambiente econômico e político sem deixar de instrumentar um outro tripé: ser melhor, ser diferente, ser produtivo”, comentou Segré referindo-se ao setor privado. 

Durante o evento, o economista mostrou o mapa das ideologias vigentes na América Latina em diferentes períodos desde 2011 e abordou o antagonismo ideológico atual entre Argentina e Brasil, destacando que considera isso bom, porque o resultado de um vai impactar no outro. “A esquerda defende sempre que combate a pobreza, mas os indicadores mostram que não é sempre bem isso. No caso da direita, com Javier Milei (presidente eleito da Argentina), ele está apontando para um caminho diferente: redução do tamanho do Estado, superávit fiscal, melhora nas questões sociais, mas não um assistencialismo barato. Vai ser um jogo interessante, porque são políticas diferentes que na teoria buscam o mesmo objetivo, e a gente vai poder descobrir qual chega melhor nesse objetivo”. 

Segundo Segré, o cenário político na Argentina, liderada pelo novo presidente, aponta para um pragmatismo maior do que o inicialmente apresentado na campanha. Propostas como, por exemplo, o fechamento do Banco Central e a dolarização da economia podem não acontecer tão rapidamente e nem exatamente como anunciou durante a campanha eleitoral. “Uma questão é trazer a vontade do eleitor, com uma fala interessante que não vai ser abandonada, não acho que Milei vai abandonar os seus valores, mas vai mudar o caminho. Então, me parece que podemos aguardar um Milei muito mais criterioso e menos explosivo”, afirmou Segré, argentino que está há 40 anos no Brasil.

O palestrante também ressaltou a necessidade de manter estreitas as relações entre Brasil e Argentina, destacando a visita de Diana Mondino, futura chanceler de Milei, como um indicativo dessa cooperação. A decisão de manter Daniel Scioli como embaixador argentino no Brasil foi elogiada por Segré como uma jogada inteligente para manter os laços bilaterais. “Estamos juntos. Não temos como estar separados um do outro. A gente tem de conviver”, disse.

Quanto às relações comerciais entre a Argentina e a Serra Gaúcha, Segré ponderou sobre a importância da competitividade do produto, apontando para a necessidade de Javier Milei identificar e resolver os problemas que envolvem a produtividade, principalmente relacionados à intervenção do governo na cotação do dólar.

Ao abordar o futuro do Mercosul, Gustavo Segré falou que o acordo, eventualmente, poderá retroceder um degrau, com a implementação de uma zona de livre comércio para que cada um dos países possa negociar com outros. “Podemos estar mal com o Mercosul, mas a Argentina estaria muito pior sem ele”, observou. 

Sobre a configuração geopolítica da América Latina, Segré acredita que é provável que os governos migrem à direita, mas uma direita não tão antagônica com a esquerda. “Vai ser uma direita mais ao centro, uma esquerda mais ao centro, vão aparecer pessoas que estão fora, como Milei, para renovar um pouco a política. Sabe aquilo que dizem: ‘Vamos fazer melhor’. Mas como, se já estiveram no poder e não conseguiram melhorar? Por que eu deveria acredita agora? A gente não sabe se Milei vai ser bom, mas certamente vai ser diferente, e isso podemos aplicar em outros países”, concluiu Segré. 

Além da homenagem prestada pelo presidente da CIC Caxias, Celestino Loro, e pelos vice-presidentes Ruben Bisi e Eduardo Michelin ao gerente-geral, Eduardo Cervelin, e demais representantes da empresa, com a entrega de placa pelos 45 anos do Grupo PCP Steel, a RA desta segunda-feira também foi marcada pelo tributo ao Esporte Clube Juventude, que no sábado (24) conquistou o vice-campeonato da Série B do Brasileirão e com isso garantiu seu acesso à Série A em 2024. Estiveram presentes ao evento os dirigentes Inácio de Campos, Jones Biglia e Almir Adami, que receberam calorosos aplausos do público. 

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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