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Daniel Scola e as lições que vêm de sua história de superação

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Publicado em 30/10/2023

O jornalista compartilhou sua jornada na carreira e na vida durante a RA da CIC Caxias desta segunda-feira - Foto: Júlio Soares/Objetiva
O jornalista compartilhou sua jornada na carreira e na vida durante a RA da CIC Caxias desta segunda-feira - Foto: Júlio Soares/Objetiva

“Tu literalmente perdes o chão”, afirmou o jornalista caxiense Daniel Scola ao relembrar o exato momento em que recebeu, em 2021, aos 45 anos, o diagnóstico de tumor no cerebelo. Ele foi o palestrante da reunião-almoço (RA) da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), nesta segunda-feira (30), dentro da série “Histórias Inspiradoras”. “Nós, jornalistas, estamos acostumados a narrar a história de outras pessoas. É a primeira vez que falo na primeira pessoa”, disse. 

Scola, cuja carreira no Jornalismo teve início em uma reunião-almoço da própria CIC Caxias em 1995, quando trabalhava para a Rádio Caxias, narrou fatos marcantes de toda a sua trajetória, destacando a superação e as lições que aprendeu ao enfrentar o maior desafio da sua vida.

O jornalista contou sobre sua transferência, em 1998, para a Rádio Gaúcha, veículo do Grupo RBS para o qual cobriu reportagens históricas, como as eleições presidenciais norte-americanas e terremotos no Chile e no Japão. Ele detalhou ainda os bastidores do conclave que elegeu o cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio o novo Papa, em 2013, sendo um dos dois únicos repórteres de rádio do Rio Grande do Sul a cobrir o evento em Roma.

No auge de sua carreira profissional e de sua vida pessoal – é casado com a jornalista Gabriella Bordasch e pai de duas filhas, Joana e Tereza - Scola descobriu o câncer. A primeira cirurgia para retirada do tumor ocorreu 21 dias após o diagnóstico, seguida de três meses de radioterapia, marcando o início de uma jornada de superação e muitos aprendizados.

Para uma plateia atenta, Scola, antes um workaholic assumido, ressaltou as lições que o câncer lhe proporcionou. A primeira, enfatizou, foi sobre a importância do tempo, destacando que muitas vezes subestimamos sua relevância até que seja ameaçado. O jornalista também refletiu que vivemos premidos pelo tempo e cada vez mais ansiosos. 

Também destacou a necessidade de uma rede de apoio sólida, citando pesquisa que aponta que cerca de 70% das mulheres com câncer são abandonadas por seus parceiros. Além disso, enfatizou a importância de cercar-se de bons profissionais da área médica e a necessidade de encarar o plano de saúde como investimento. “A gente nunca sabe quando vai precisar”, alertou. Ele expressou toda sua gratidão pela energia positiva da família e dos amigos, que desempenharam papel fundamental em sua recuperação e na superação dos desafios impostos pela doença. “Eu não teria sobrevivido”. 

Questionado sobre o futuro do Jornalismo, Scola destacou que, por muito tempo, a qualidade do trabalho foi medida pela quantidade de horas dedicadas a ele, mas agora, com uma perspectiva transformada, ele vê as coisas de maneira diferente. “Estamos abertos a possíveis transformações”, realçou o jornalista, que foi longamente aplaudido de pé pelos participantes ao fim da RA CIC.

O presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, em seu discurso de abertura, disse que a história de coragem e resiliência de Daniel Scola nos lembra da importância da força interior diante dos desafios da vida. “A jornada de Daniel Scola é um testemunho de como a superação e a busca de propósito podem transformar nossas vidas”, assinalou. 

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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