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“Coragem para investir, mesmo que seja pouco”

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Publicado em 17/07/2023

Fabiano Dellacorte, especialista em Indústria Inteligente do Sebrae RS - Foto: Júlio Soares/Objetiva
Fabiano Dellacorte, especialista em Indústria Inteligente do Sebrae RS - Foto: Júlio Soares/Objetiva

Redução de custos, aumento da qualidade, falta de talentos, flexibilidade, ciclos de inovação curtos e sustentabilidade desafiam a indústria brasileira no ano de 2023, especialmente no âmbito dos pequenos negócios. Os desafios, e também as oportunidades que podem ser identificadas dentro e fora das empresas, estiveram no centro dos debates da RA realizada pela Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias), nesta segunda-feira (17). 

“O Brasil não é a Alemanha. E está tudo bem!”, afirmou o especialista em Indústria Inteligente do Sebrae RS Fabiano Dallacorte, um dos palestrantes do evento. Referindo-se à importância de posicionar a indústria brasileira no caminho do desenvolvimento, e considerando o atual contexto econômico e geopolítico, Dallacorte frisou que “é preciso abrasileirar, agauchar, tupiniquizar, ambientar a Indústria 4.0”. Ele falou ainda sobre a neoindustrialização, que visa ao fortalecimento da indústria brasileira, e que vai exigir atenção aos padrões de consumo, resiliência frente aos cenários, políticas centradas na produção, infraestrutura adequada e ambiente institucional saudável. 

Ao mostrar os avanços tecnológicos e do futuro do trabalho com a inteligência artificial, sustentou que as pequenas indústrias precisam de “coragem para investir, mesmo que seja pouco”. E o primeiro passo para a automação está na produção enxuta, seguindo para o sensoriamento, visualização e manutenção preditiva para antecipar possíveis falhas. 

Já o especialista em Competitividade Industrial do Sebrae RS Leonardo Ritta também focou nas tendências tecnológicas mundiais e sobre como elas se encaixam no contexto empresarial brasileiro. Além disso, trouxe dados sobre a probabilidade de ocorrência de riscos globais nos próximos 10 anos, que devem fazer com que as empresas, cada vez mais, fiquem atentas às questões ambientais e climáticas e produzam mais e melhor com menos. No cenário interno, Custo Brasil, carga tributária, taxa de juros, inflação e insegurança jurídica são os fatores de maior impacto. No entanto, acrescentou, o cenário de taxa de juros elevada não é eterno, e a Reforma Tributária pode gerar crescimento de 12% da economia brasileira em 15 anos. “Não podemos cometer os mesmos erros do passado”, alertou, vislumbrando as oportunidades para a indústria. 

A RA CIC desta segunda-feira também serviu de palco para o lançamento da 32ª edição da Mercopar. Promovida pelo Sebrae RS e pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs), a maior Feira de Inovação Industrial da América Latina ocorre de 17 a 20 de outubro, no Centro de Feiras e Eventos Festa da Uva, em Caxias do Sul.

O evento foi conduzido pelo vice-presidente de Indústria da CIC Caxias, Ruben Bisi. Em seu discurso de abertura, destacou que a entidade tem se manifestado sobre as pautas da industrialização do País, inclusive por meio de cartas às autoridades competentes, com destaque para o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin. Nestes documentos, a CIC Caxias ressalta pontos fundamentais para o avanço e o fortalecimento da indústria brasileira. 

Dentre eles, citou Bisi, a redução do chamado Custo Brasil;  o financiamento para investimentos; a importância de políticas claras para o desenvolvimento industrial; as melhorias no ambiente de negócios; a modernização da produtividade, de modo a incentivar e facilitar a transição energética no Brasil; a educação e qualificação da mão de obra; os investimentos em infraestrutura para diminuir os custos de logística; o fortalecimento da presença brasileira no mercado internacional; e, por fim, a importância de políticas estruturantes de médio e longo prazos, que garantirão um planejamento sólido e consistente para o setor industrial.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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