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Ex-ministro do Meio Ambiente destaca potencial do Brasil para liderar mercado de carbono

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Publicado em 05/06/2023

Joaquim Leite palestrou na RA desta segunda-feira, evento que fez parte da Semana Municipal do Meio Ambiente - Foto: Júlio Soares/Objetiva
Joaquim Leite palestrou na RA desta segunda-feira, evento que fez parte da Semana Municipal do Meio Ambiente - Foto: Júlio Soares/Objetiva

No Dia Mundial do Meio Ambiente, a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) se uniu à Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Semma) para debater, na reunião-almoço desta segunda-feira (5), os riscos e oportunidades do mercado de carbono. O palestrante, o ex-ministro do Meio Ambiente Joaquim Leite, enfatizou que o Brasil tem potencial para se tornar a primeira grande economia a impactar positivamente o meio ambiente. Em sua apresentação ao público empresarial, Leite detalhou o histórico do mercado de carbono, a estrutura e as etapas de implantação no Brasil.

Depois da Conferência de Estocolmo, em 1972, e da Eco-Rio, em 1992, o mercado de carbono tem origem no Protocolo de Kyoto, acordo internacional assinado em 1997 com o objetivo de combater as mudanças climáticas. Por meio desse mecanismo, as nações industrializadas se comprometeram a reduzir suas emissões de gases de efeito estufa (GEE) e, para cumprir suas metas, poderiam adquirir créditos de carbono de países em desenvolvimento, que apresentariam excedentes de redução de emissões. O Acordo de Paris, em 2015, e o Pacto de Glasgow, em 2021, consolidam e criam o Acordo de Carbono Global. 

No Brasil, as etapas para a implementação do mercado de carbono foram iniciadas em 2009, com a promulgação da Política Nacional de Mudanças Climáticas. No ano passado, foi instituído o Programa Nacional de Redução de Emissões de Gases de Efeito Estufa e estabelecido um sistema de registro e verificação de emissões. Com a participação do setor privado, o País se consolidou como referência na América Latina nessa área.

No que diz respeito aos conceitos e à estrutura do mercado de carbono, o ex-ministro disse que é fundamental compreender que as emissões de gases de efeito estufa são quantificadas em toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO2e). Empresas e países podem obter créditos de carbono ao adotar práticas de consumo e de redução de emissões, como o uso de energias renováveis ou reflorestamento e adoção de tecnologias mais eficientes.

Esses créditos podem ser negociados em bolsas de valores especializadas, onde são obtidos preços para as toneladas de CO2e. Assim, empresas que excedem suas metas de redução de emissões podem vender seus créditos excedentes, enquanto outras podem adquiri-los para compensar suas próprias emissões.

Diante desse contexto, o Brasil possui um enorme potencial no mercado de carbono, devido a sua extensa área territorial e a sua rica biodiversidade. O País possui uma matriz energética renovável, com destaque para a produção de energia hidrelétrica e o uso crescente de fontes como a solar e a eólica. 

Os riscos citados pelo ex-ministro vão desde o protecionismo climático, implicando no desajuste de rotas comerciais globais, à litigância climática global e nacional. 

Para Joaquim Leite, no entanto, o Brasil tem a oportunidade de liderar a transição para uma economia sustentável e se tornar referência na criação de um mercado de carbono, de forma a gerar benefícios econômicos que auxiliem a viabilidade financeira e a sustentabilidade de projetos, captura ou redução de emissões, acelerando assim uma nova economia verde. “O Brasil será o grande beneficiário deste mercado. Devemos ser o maior exportador”, concluiu. 

Em sua manifestação de abertura do evento, o presidente da CIC Caxias, Celestino Oscar Loro, afirmou que as empresas da Serra Gaúcha têm se dedicado incansavelmente a encontrar soluções inovadoras nas questões que envolvem a sustentabilidade, desde a implementação de práticas de eficiência energética até a utilização de energias renováveis. “A pauta ESG e a adoção de tecnologias limpas têm se mostrado uma prioridade para os empresários da Região. São ações que refletem o compromisso das nossas empresas em adotar medidas concretas para construir uma economia mais sustentável”, completou. 

Loro ressaltou ainda que a questão do meio ambiente deve ser tratada e abordada com pragmatismo, deixando de lado paixões e polarizações. “Devemos reconhecer que o desenvolvimento econômico é fundamental para melhorar a qualidade de vida das pessoas, e que é necessário encontrar um equilíbrio entre o crescimento e a preservação ambiental”, pontuou.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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