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Secretário defende adoção de modelo híbrido para educação gaúcha

Gerais

Publicado em 28/09/2020

Faisal Karam e Ivana Flores participaram da reunião-almoço on-line da CIC Caxias nesta segunda-feira (28) - Foto: Alessandra Perez/CIC
Faisal Karam e Ivana Flores participaram da reunião-almoço on-line da CIC Caxias nesta segunda-feira (28) - Foto: Alessandra Perez/CIC

A reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) desta segunda-feira (28) discutiu a educação e o retorno do calendário escolar depois das restrições das atividades presenciais impostas pela pandemia. O convidado do evento, o secretário de Educação do Rio Grande do Sul, Faisal Karam, foi precedido pela secretária-adjunta, Ivana Flores, por estar participando da reunião do Gabinete de Crise no Palácio Piratini.                                                        

A secretária-adjunta iniciou explicando que o Rio Grande do Sul foi pioneiro na pandemia ao trabalhar com o modelo de ensino híbrido, que contempla simultaneamente a realização de atividades em sala de aula e remotas. No formato presencial, as turmas são reduzidas e escalonadas, respeitando os protocolos de saúde estabelecidos em portaria conjunta com Secretaria Estadual da Saúde, ressaltou. De acordo com Ivana, por meio do Google Classroom, foram criadas mais de 37 mil turmas espelhadas, mais de 500 mil ambientes virtuais e envolvidos 38 mil professores regentes.

Ainda segundo a secretária-adjunta, o valor extra orçamento estimado para investimento na rede estadual em aprendizagem, capacitação, equipamentos de proteção e materiais de desinfecção e contratação de professores e profissionais de apoio (serventes e merendeiras) para professores e alunos será de aproximadamente R$ 270 milhões.

Novos caminhos

O secretário Faisal Karam, por sua vez, afirmou que o momento de pandemia deveria ser aproveitado para se reavaliar tudo o que foi feito ao longo dos últimos 30 anos na educação do estado e buscar novos caminhos. “A gente tem a convicção que os novos caminhos passam pelo sistema novo de dar aula, um sistema híbrido, que é a aula presencial e a aula remota. O remoto não vem para substituir o educador, longe disso, a peça mais importante nos dois processos é a figura do professor, do educador dentro da sala de aula. Mas ele veio para complementar a aula tradicional e para permitir que o aluno consiga ter uma ideia mais ampla do mundo e de oportunidades, veio como uma ferramenta de auxílio. É o momento em que vamos poder ofertar nos próximos meses aos nossos alunos ferramentas e plataformas tecnológicas”, ponderou o secretário.

Karam acredita que o novo sistema possa ampliar a ideia de educação para todos. “Quando se fala em educação para todos, é uma grande mentira neste País”, alertou. Segundo o secretário, seria para todos se fosse das séries iniciais até o nível universitário, mas os números mostram que apenas 19,6% dos estudantes que ingressam no Ensino Fundamental concluem a graduação. “80,4% ficam pelo caminho”, observou Karam. Os motivos, de acordo com ele, são vários: falta de perspectiva, de qualidade no ensino e de oportunidades, entre outros.

Faisal Karam acredita que as escolas técnicas que formam mão de obra voltada para o trabalho podem se inserir para suprir esta lacuna. “A grande meta da Secretaria para os próximos dois anos, e a gente já trabalha em um projeto bastante inovador, é atuar com as escolas técnicas e novos cursos voltados à realidade de mercado”, revelou.  

Metas do Ideb

Em seus discurso de abertura, o presidente da CIC Caxias, Ivanir Gasparin, questionou o fato de o Rio Grande do Sul não atingir, pelo segundo ano consecutivo, as metas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), conforme dados divulgados no dia 15 deste mês pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC). A questão foi respondida pela secretária-adjunta Ivana Flores que declarou que o Rio Grande do Sul tem motivo sim para comemorar o Ideb. Conforme explicou a nota do Ideb é resultado de dois fatores: aprendizagem e aprovação/reprovação e evasão/abandono escolar. Ivana acrescentou que o estado, em aprendizagem, é o terceiro maior Ideb do País e o primeiro no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “O que derruba nossas taxas e faz com não a gente não atinja a nossa meta é, infelizmente, o alto índice de reprovação e o alto índice de abando e evasão escolar. Esse é o problema do Rio Grande do Sul”, justificou.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)