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Indústria de autopeças mostra sinais de recuperação

Gerais

Publicado em 20/07/2020

Perspectivas do setor foram analisadas pelo empresário Dan Ioschpe
Perspectivas do setor foram analisadas pelo empresário Dan Ioschpe

A reunião-almoço on-line da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC Caxias) desta segunda-feira (20) contou com a palestra do presidente do Conselho de Administração do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e da Associação Brasileira da Indústria de Autopeças (Abipeças), Dan Ioschpe. Ao apresentar as perspectivas para o setor diante da crise do coronavírus, o dirigente falou do desempenho das empresas que têm forte dependência – algo em torno de 70% - da indústria automotiva. A reação, segundo ele, já começou.

De acordo com Ioschpe, a pandemia de Covid-19 ocasionou uma queda brutal na produção e vendas de novos veículos nos meses de março, abril e maio, com impactos diretos na cadeia de fornecedores. Em junho, porém, houve uma recuperação importante, inclusive nas vendas de veículos comerciais, como caminhões e máquinas agrícolas. Os números de julho já apontam que as vendas de autopeças cresceram cerca de 50% em relação a junho. “Estimo que a gente vai estar entre 60% e 70% da atividade do ano passado no mesmo mês”, afirmou, elogiando a resiliência com que o setor tem enfrentado este cenário de adversidade em 2020.  

Ano difícil

Para o ano, a estimativa para o setor de autopeças é de uma queda inferior a 40% em relação a 2019, que é o índice projetado pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) de redução nas vendas de veículos. “De fato, é um ano muito difícil, que deixará feridas”.

O representante do Sindipeças e Abipeças acredita que a atual retração do setor deverá ser superada em menos tempo do que a última crise enfrentada pelo setor automotivo, especialmente no segmento de veículos pesados, que perdurou de 2014 a 2016. Se a recuperação ocorrer no ritmo que estamos vendo, esta crise será menos duradoura”, afirmou.

Dan Ioschpe também fez um balanço das ações do governo neste período de crise. Destacou que o setor precisa ter a máxima flexibilidade laboral, para garantir a manutenção dos empregos, e a redução do custo das empresas, por meio de medidas como o diferimento de impostos. Também criticou as dificuldades na obtenção de crédito para as médias empresas junto ao sistema financeiro. Segundo ele, existem bons produtos para as pequenas empresas, mas não para as médias, que enfrentam problemas com a chegada do financiamento na ponta.

Agenda econômica

Para o empresário, passada a pandemia, a expectativa de recuperação do setor está ancorada em uma agenda econômica que, ou já está em andamento, ou precisa ser retomada. Exemplo disso é o projeto de lei para ajudar na renovação da frota de caminhões, a redução da tributação sobre veículos leves para aumentar a capacidade de compra dos consumidores, a implementação da reforma tributária, com as Propostas de Emedas à Constituição 45 e 110, e da reforma administrativa, a realização de investimentos em infraestrutura e a retomada dos acordos de comércio multilaterais. “O mundo vive uma situação sem precedentes. Nenhum de nós previu em algum exercício de gestão de risco que passaríamos mundialmente pelo que estamos passando”, observou.

Adequação ao novo cenário

Já o presidente da CIC Caxias, Ivanir Gasparin, salientou que a Região é um dos mais importantes polos automotivos do País, com muitas empresas de autopeças que fornecem para o mercado interno e externo. “Temos sofrido muito, porque estamos muito atrelados ao desempenho e às vendas de automóveis, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. Sabemos que a queda neste setor poderá ser de 50% em relação ao ano passado. Mas estamos nos reestruturando, nos adequando ao novo cenário”, analisou Gasparin.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)