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A pandemia de Covid-19 e seu impacto na atividade econômica

Economia, Finanças e Estatística

Publicado em 17/04/2020

A pandemia de Covid-19 provocou um grande impacto que paralisou fortemente as atividades econômicas em geral e a movimentação de pessoas. Desde 18 de março, houve grande restrição ao credito e uma paralisação dos fluxos financeiros, com forte redução das vendas e ocorrência de inadimplência.

A inadimplência tem duas origens: a falta de recursos e a preservação de caixa. Mesmo quem teria condições de pagar os compromissos, tenta postergar para preservar a liquidez. Os bancos, por sua vez, restringiram a concessão de crédito diante da incerteza sobre a capacidade de pagamento dos clientes. Há enorme risco de recessão econômica e desemprego. 

A paralisação afetou as atividades industriais, comerciais e de serviços, com exceção dos supermercados e farmácias. O setor de combustíveis, embora mantido como essencial, teve suas vendas impactadas em função da redução das receitas dos demais setores.

A agricultura, que já vinha sofrendo com a situação dramática pela falta de chuvas no Rio Grande do Sul, sentiu também uma desestruturação da comercialização, pois importantes consumidores e canais normais de distribuição foram afetados. Produtores que não destinavam seus produtos aos supermercados, estão sendo forçados a direcionar suas vendas para este único canal. Em alguns produtos nota-se escassez e elevação de preço. 

O setor de transportes e logística tem efeitos diferentes, dependendo do tipo de produto transportado. Higiene e limpeza, alimentos e produtos destinados à exportação, como soja e proteína animal, tiveram nível de atividade menos afetado que os demais, que se dedicam às cargas industriais e comercias de bens não essenciais.

O governo federal lançou um pacote de medidas que, entre outras ações, coloca recursos à disposição de pessoas com menos condições de enfrentar a situação dramática que a economia e a sociedade vêm enfrentando. Como grande parte dos mais necessitados está na informalidade, a operacionalização está mais demorada e mais complexa.

Mais medidas têm sido anunciadas, como a concessão de empréstimos às empresas, objetivando a manutenção do pagamento dos salários e a  não demissão. Mesmo assim, demissões ou redução de jornada começam a ser consideradas, o que gera redução de renda e queda da confiança, sendo que ambas implicam em retração do consumo. 

É cedo para saber se a retomada gradativa das atividades, com os devidos cuidados, conseguirá reverter um potencial quadro de recessão ou, no mínimo, amenizar sua magnitude. A situação das contas públicas dos estados e da federação restringem a concessão de benefícios mais robustos. Importante lembrar que a redução das atividades implica em queda de arrecadação de impostos, o que devem agravar ainda mais a já complicada situação das contas públicas.

As mais recentes definições sobre a abertura, sob condições, das atividades na Região podem reduzir os impactos, porém ainda é cedo para dimensionar, e sempre é importante considerar que eventual aumento do contágio pode exigir reversão das decisões. Apesar dos momentos difíceis que temos pela frente, Caxias do Sul, com seu espirito aguerrido, que muitos desafios já superou, sobrepujará mais uma vez.

Autoria: Diretoria de Economia, Finanças e Estatística da CIC Caxias
Alexander Messias
Astor Schmitt
Carlos Zignani
Joarez Piccinini
Maria Carolina Gullo
Marcos Victorazzi
Nestor Pistorello
Tarciano Cardoso

Fonte: Diretoria de Economia, Finanças e Estatística da CIC Caxias