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Sartori diz na CIC que País sofre crise de lideranças

Gerais

Publicado em 02/12/2019

Ex-governador gaúcho palestrou na reunião-almoço desta segunda-feira (2) - Foto: Julio Soares/Objetiva
Ex-governador gaúcho palestrou na reunião-almoço desta segunda-feira (2) - Foto: Julio Soares/Objetiva

Palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) nesta segunda-feira (2), o ex-governador José Ivo Sartori afirmou que no Brasil hoje faltam líderes com visão social e com visão política. “A realidade se tomou pelo individualismo, pelo corporativismo e pelo interesse individual, tanto público quanto privado”, disse. Os que não têm visão social são individualistas, atores e personagens que não têm ninguém a sua volta. Já os sem visão política, em sua opinião, carecem de estruturas de pensamento, consciência, conteúdo e espírito público.

Para Sartori, um pouco dessa falta de conteúdo está ligado às redes sociais, em que tudo é superficial, raso e leviano. “Hoje, nas redes, ninguém presta, ninguém serve”, frisou. O lado bom, acrescentou, é que as redes sociais oportunizaram que todos tenham voz, sobretudo as pessoas mais simples, democratizando a informação. “Temos que nos acostumar com a redes e aprendermos a lidar com ela”.

Em sua palestra na CIC, Sartori também afirmou que o grande equívoco do governo passado em âmbito federal foi tornar todos os partidos iguais. Segundo ele, não há mais causas e princípios. “A esquerda responsável acabou no Brasil, e a direita responsável está indo pelo mesmo caminho. E isso é muito ruim para a democracia, pois a divergência de pensamento e de visão é importante para o desenvolvimento de uma Nação”, argumentou o ex-governador. Para Sartori, o País precisa de setores que promovam equilíbrio. “Seja mais à esquerda ou mais à direita, precisamos de um centro responsável”.

José Ivo Sartori entende que a saída é formar e selecionar quadros e despertar novas lideranças. A formação de líderes, destacou, não é um problema só dos partidos, mas de toda a sociedade, incluindo as universidades, instituições privadas e igrejas.

Em relação às eleições do ano passado, Sartori disse que o recado das urnas foi claro: as pessoas querem mudanças. De acordo com o político, os poucos partidos que se posicionaram ganharam espaço, mas os métodos do Congresso continuam iguais. E acrescentou: “Política é vocação, é serviço, é visão do coletivo, é bem-comum. Isso precisa ser resgatado”.

Sartori lembrou seu discurso de posse em 2015, quando havia afirmado que era preciso promover “uma ampla, profunda e duradoura mudança nos processos de gestão do governo”. Ele disse que fez o que precisava ser feito, com coragem, transparência e verdade. “Enfrentamos resistências e, mesmo com pouco apoio da sociedade, avançamos. Iniciamos a histórica transformação de que o Rio Grande tanto precisava e ainda precisa”, declarou. Sartori contou que muitos o aconselharam a não mudar por questões políticas. “Decidimos promover mudanças e não me arrependo, decidimos falar a verdade, e essa foi a bússola do nosso governo”, acentuou.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)