Notícias

PRONUNCIAMENTO DO PRESIDENTE IVANIR GASPARIN NA REUNIÃO-ALMOÇO DE 23 DE SETEMBRO

Institucional

Publicado em 23/09/2019

Foto: Julio Soares/Objetiva
Foto: Julio Soares/Objetiva

- Senhoras e senhores,

Inicio este pronunciamento manifestando nosso consternamento pelo falecimento do Padre Roque Grazziotin, ontem ocorrido. Como religioso e político, tendo sido deputado estadual e presidente da Fundação Universidade de Caxias do Sul, Padre Roque exerceu importante liderança na nossa comunidade. Nosso sentimento de pesar à família, aos amigos e à Diocese de Caxias do Sul.

Aproveito a presença da Sicredi nesta reunião para fazer uma reflexão sobre as similaridades e diferenças entre o associativismo e a política, pois, ao tempo em que o mundo está desiludido com o modelo de democracia representativa, a confiança no associativismo cresce a cada dia. Os dois modelos existem para tomar decisões coletivas. A Serra Gaúcha é reconhecida por ser a região brasileira onde se encontra o maior grau de capital social.

Isso significa que, mais que a média dos brasileiros, depositamos uma confiança superior em nossos pares. Isso nos permite maior facilidade para fazer negócios, fortalecer entidades de representação como a nossa, e criar cooperativas de credito e produção como as que formam o Sistema Sicredi.

Essa marca, que faz parte da história da formação do nosso povo, é própria de imigrantes italianos e alemães, que desbravaram as montanhas e vales dessa região, longe das capitais, e, em certa medida, desprovidas do apoio estatal.

Nossos antepassados foram pessoas que tiveram que, literalmente, “se virar” sozinhos. Contavam apenas com o trabalho das mãos de sua família, alguns animais, e poucas ferramentas. Faço esse resgate, por que acredito que nossa vocação para o associativismo pode, e muito, contribuir para as mudanças que queremos em nosso país.

Para que mudanças aconteçam, e para que a política nos traga os resultados que esperamos pelo pagamento de impostos, precisamos ir além da participação nas eleições, ou então, em mobilizações sociais. Precisamos, cada vez mais, apresentar soluções inovadoras ao setor público, e não somente reivindicar.

Há pouco tempo, fomos às ruas para reivindicar maior transparência, zelo com o dinheiro público, e eficiência na prestação de serviços. O modelo cooperativo atende aos seus associados com transparência, zelo e eficiência.

Pedimos reforma política, e recebemos mudanças no sistema eleitoral que custaram aos cofres públicos mais de 3 bilhões de reais com a constituição do fundo eleitoral, que foi agregado ao já oneroso fundo partidário. Agora, vemos um movimento pela diminuição da transparência na utilização desse fundo. Um verdadeiro retrocesso institucional.

Fomos às urnas com sede de renovação, e mudamos aproximadamente 50% dos nossos representantes.

Agora, ao assistir por alguns minutos os canais legislativos, e conhecer os nossos novos parlamentares, nos resta apenas dúvida sobre a qualidade da renovação que provocamos nos quadros políticos. Continuamos a eleger figuras públicas – algumas até com codinomes bizarros como o deputado paranaense “boca aberta”, além de artistas, esportistas, e muitas pessoas que pouco ou nenhuma afinidade têm com a função que desempenham.

Precisamos ter cuidado com as pautas que propomos. Existe uma grande chance de, ao clamarmos por mudança, sem saber ao certo o que queremos mudar, assinarmos um cheque em branco ao sistema político.

Por isso, reitero minha crença naquilo que nossa região pode contribuir para a melhoria do setor público. Acredito que devemos apresentar ao país os exemplos que nos levaram a ser uma terra mais próspera do que a média nacional. E entre esses exemplos, certamente desponta o associativismo da serra gaúcha.

Enquanto reivindicamos transparência com os recursos do BNDES, as cooperativas de crédito sempre foram transparentes e dispostas a ajudar os pequenos negócios. Sonhamos com a eficiência na gestão dos recursos públicos, e nossas cooperativas de produção sempre atenderam aos produtores com toda sua estrutura de máquinas e armazenamento.

Isso só para citar dois exemplos. Poderia falar sobre o papel das cooperativas de compras, que enfrentam as grandes multinacionais em prol da proteção do pequeno varejo. Poderia, também, falar dos planos de previdência privada do sistema cooperativo.

Poderia ainda falar de cooperativas de consumo, que ajudam comunidades carentes a acessar produtos de primeira necessidade.

Mas, hoje, faço apenas as honras da casa, pois para falar sobre esse assunto temos, conosco, uma instituição que aos 116 anos é pioneira no cooperativismo, que é a Sicredi.

-------------------

E para finalizar, informamos que não teremos reunião-almoço na próxima segunda-feira, dia 30, porque antecipamos o evento para a próxima sexta-feira, dia 27, quando receberemos o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni. Estivemos com o ministro em nossa recente visita a Brasília para formalizarmos o convite, que depois foi reforçado, em nome da CIC, Simecs, CDL, MOBI Caxias, UCS e do ex-presidente desta Casa Milton Corlatti. Convite este prontamente aceito.

Esta é uma clara demonstração da unidade das entidades e das lideranças caxienses por nossa amada Caxias do Sul.  A vinda do ministro a Caxias do Sul é a soma de esforços e será realizada na casa que une a todos, que é a CIC.

Desejo a todos uma excelente reunião-almoço!!

Muito obrigado!!

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC