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OPINIÃO: Conexão Caxias – século XXI

Institucional

Publicado em 17/08/2018

Mobilidade e conectividade são critérios essenciais para avaliar a qualidade de vida que uma cidade proporciona. Os males de uma baixa mobilidade são bem percebidos, já que deslocamentos dificultosos roubam tempo de atividades produtivas, estudo, lazer e convivência social; estressam as pessoas, provocam acidentes e animosidade no trânsito. Mas atrasos na conectividade que passem despercebidos terão graves consequências, uma vez que possibilidades de acesso amplo aos meios de informação e comunicação, por telefonia ou internet, com redes de banda larga cobrindo todo espaço urbano e o interior do município, tornaram-se indispensáveis hoje e decisivas para o futuro.  São determinantes para investimentos, empreendedorismo e “startups”, produtividade e inovação nas empresas, melhorias em educação, saúde, segurança e serviços públicos, em geral. Não é por acaso que os mais altos índices de mobilidade e conectividade se encontrem nas “cidades inteligentes” dos países mais desenvolvidos.

E no Brasil? Em mobilidade, segundo ranking da Urban Systems (2017), é São Paulo que ponteia, mesmo com seus conhecidos congestionamentos. Caxias não aparece entre as 50 melhores colocadas; e, das gaúchas, só Porto Alegre (8ª) e Esteio (47ª). Em conectividade, estudo da FGV, (de 2010, o mais recente que encontrei) aponta São Caetano do Sul, SP, em primeiro lugar, com 74% dos domicílios ligados à internet. Caxias aparece em 92º, com 47%, atrás de Porto Alegre, Santa Maria, Guaporé e Nova Prata.

É certo que a estrutura viária que herdamos e a topografia de Caxias explicam, de certa forma, a situação desfavorável, tanto que o recente investimento no Sistema Integrado de Mobilidade teve resultados modestos. Mas, na conectividade, ainda que possamos ter melhorado desde 2010, não podemos aceitar atrasos que apontam para um futuro de mediocridade e frustração dos nossos jovens. Em tempos de indústria 4.0 e internet das coisas (IoT), iniciativa privada e poder público precisam unir esforços para ligarmos Caxias aos fluxos de informação e conhecimento do século XXI.

Fonte: Dagoberto Lima Godoy - Presidente do Conselho Superior da CIC