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Tendência é de perda de competitividade da indústria aumentar, diz economista

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Publicado em 25/06/2018

Gustav Gorski, da GAP Economics, foi o convidado da reunião-almoço da CIC desta segunda-feira (25) Foto: Gilmar Gomes
Gustav Gorski, da GAP Economics, foi o convidado da reunião-almoço da CIC desta segunda-feira (25) Foto: Gilmar Gomes

Ao palestrar sobre a perda de competitividade da indústria e cenário econômico até o fim de 2018, o economista-chefe da consultoria GAP Economics, Gustav Gorski, palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) nesta segunda-feira (25), afirmou que a tendência é de essa queda da atividade industrial se acentuar. “A indústria brasileira já representou 30% do PIB em anos anteriores. Hoje, essa participação é de 19%, e a tendência é de chegar a 17% do PIB”, revelou Gorski.

As razões para isso são muitas, elencou, mas, principalmente, essa perde de protagonismo se deve às mudanças tecnológicas mundiais, que tornaram os investimentos em plataformas de serviços muito mais baixos do que na indústria, e à baixa produtividade da mão de obra nacional em relação à média mundial. Além disso, o fato de o Brasil ser uma das economias mais fechadas do mundo, torna a concorrência mais difícil e dolorida. “Somos muito menos competitivos, com exceção de alguns setores”, ponderou o economista.

Gorski provocou os participantes da reunião-almoço a visualizarem, diante dos fatores que impactam na competitividade, quais os reais custos que a indústria efetivamente tem. “Como saber o preço para o meu produto? ”, questionou.

Para o palestrante da CIC, os eventos de maio, com a manutenção da taxa básica de juros em 6,5%, surpreendendo o mercado, que esperava por um corte conforme adiantado pelo Banco Central, e a paralisação dos caminhoneiros, ‘reprecificaram’ a expectativa do PIB brasileiro, que de 3% deve atingir 1,5% em 2018. “O Banco Central deu uma curva no mercado de forma geral, o que colocou a sua credibilidade lá embaixo”, avaliou Gustav Gorski.

Somada aos prejuízos na atividade econômica em decorrência da greve dos caminhoneiros a esse abalo na credibilidade do Banco Central, a grande mensagem que fica, segundo o economista, é de que “não temos governo para segurar as pontas, mas um governo enfraquecido que socializou a conta”, referindo-se ao acordo feito com a categoria para encerrar a paralisação. “Tanto o Banco Central como o Ministério da Fazenda ficaram sem crédito”, reiterou. A recuperação da atividade econômica, acrescentou, ficou para 2019.

Gustav Gorski defendeu as reformas para não cair ainda mais a qualidade dos serviços públicos. “O tamanho do Estado é tão grande, que ele é ruim para todo mundo”, afirmou. De acordo com o economista, estados como Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro e grandes cidades como Porto Alegre já não pagam sua folha em dia. “Muito provavelmente, se as coisas não mudarem rapidamente, a União vai entrar nessa esteira”, advertiu. Ele acredita que as reformas vão acontecer. “Elas podem ser pensadas pela sociedade ou podem ser forçadas pela sociedade. Tomara que não cheguemos no momento em que elas sejam forçadas. Os exemplos na economia mundial são muito ruins”, alegou o palestrante da CIC.  

HOMENAGEM - Durante o evento, a CIC prestou uma homenagem in memoriam a seu ex-presidente Ottoni Minghelli, que presidiu a entidade nos anos de 1973 e 1974. Minghelli participou ativamente da fusão entre a Associação dos Comerciantes e o Centro da Indústria Fabril, entidades que deram origem à CIC, sendo seu presidente de honra.

Familiares de Ottoni Minghelli participaram da solenidade. Em nome do avô, os netos Flávio Minghelli e Henriette Schmitt Wisintainer receberam a Medalha e Diploma da CIC, que é entregue a personalidades em reconhecimento ao papel que exerceram ou exercem no desenvolvimento da classe empresarial. A entrega foi feita pelos presidentes dos Conselhos Executivo, Ivanir Gasparin, Superior, Dagoberto Lima Godoy, e Deliberativo da CIC, José Quadros dos Santos.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)