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Pedro Simon acredita que graças à Lava Jato, Brasil não é mais o país da impunidade
Publicado em 16/05/2016
Desde que deixou o Senado, no início de 2015, Pedro Simon tem percorrido o Brasil e conversado principalmente com jovens sobre ética na política. Nesta segunda-feira (16), incluiu a reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) em sua agenda de palestras. Para um público de mais de 200 pessoas, que lotou o restaurante da entidade, Simon lembrou como era a prática de corrupção nas diferentes épocas da vida política brasileira desde o Descobrimento e afirmou: “Hoje o Brasil não é mais o País da impunidade. A Lava Jato é o que tem de mais importante hoje no País, porque está devolvendo o clima de credibilidade e a confiança de que o Brasil mudou de fato”.
Para Pedro Simon, o Brasil é o país onde os que estão por cima sempre estiveram por cima, e em nenhuma época esteve livre da falta de ética e seriedade. “Não faltaram crises no Brasil ao longo de toda a nossa geração”, reconheceu Simon. De acordo com ele, a legislação era de tal maneira, que essas práticas foram se perpetuando sem que ninguém fosse preso. No entanto, a Lei da Ficha Limpa (n° 135/2010), criada por meio de iniciativa popular com o intuito de combater a corrupção eleitoral, mudou completamente o País, afirmou o ex-senador gaúcho.
O desrespeito à ética, enfatizou Simon, não começou agora. “Sempre se roubou, se fez falcatrua, mas ninguém teve a competência de fazer a roubalheira que eles fizeram”, referindo-se aos governos dos presidentes petistas e da política do “toma lá, dá cá”, que baseou a indicação de dirigentes para empresas como Petrobras, e dos acordos com empreiteiras no chamado “Clube de Obras do Governo”. “Hoje estamos vivendo um momento novo. Se for condenado, vai para a cadeia. O que não pode é engavetar”, argumentou o político.
Em relação ao governo interino de Michel Temer, Pedro Simon fez duas críticas. Em sua opinião, Temer não deveria ter nomeado ministros citados na Operação Lava Jato e não deveria ter extinguido o Ministério da Cultura. Mas acredita que o novo governo deve adotar uma postura de seriedade, rigidez e firmeza para fazer o País seguir adiante. “Esse País vai ser uma grande nação. Temos que exigir seriedade. Não podemos perder mais uma oportunidade. Esta é a crise que nos fez chegar mais perto e sacudir a árvore para fazer cair as maçãs podres”, enfatizou. E concluiu clamando aos empresários que protestem e gritem por mudanças na política e na recuperação da economia. O ex-senador acredita que elas virão com a pressão popular cobrando ética e moralidade dos seus representantes políticos.
Sobre a crise das finanças gaúchas, Pedro Simon comentou que o estado chegou ao fundo do poço. Para o ex-governador, está na hora de parar com a história de governo de um lado e oposição de outro. A hora é de discutir o Rio Grande do Sul de um lado e os problemas de outro.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC