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Empresários caxienses questionam e fazem reivindicações a Airton Michels
Publicado em 05/08/2013

A sensação de insegurança que assusta Caxias do Sul foi o tema central das intervenções feitas pelos empresários durante a reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC) desta segunda-feira (5) e que contou com a palestra do secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Airton Michels. Bastante questionado pelos empresários presentes ao evento após falar sobre as principais ações do estado na área da segurança pública, o secretário recebeu um documento das mãos do presidente da CIC, Carlos Heinen, com reivindicações da classe empresarial caxiense.
Entre os anúncios que fez, Airton Michels destacou a implantação de mais oito territórios de policiamento comunitário em Caxias do Sul, aumentando o número de núcleos de 15 para 23 até o final deste ano, num investimento de R$ 2 milhões do governo estadual, mais a contrapartida do município. O projeto prevê que policiais militares passem a morar na comunidade. O secretário elogiou a parceria entre governo do Estado e Prefeitura de Caxias do Sul, que, segundo ele, será reproduzida em outros municípios gaúchos. "Esta é uma ação policial que mostra que onde existem núcleos de policiamento comunitário os índices de criminalidade caem de forma bastante importante", acrescentou. Uma reunião nesta terça-feira (6) entre representantes da Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Secretária de Segurança e Proteção Social de Caxias do Sul definirá os locais em que os novos núcleos serão implantados.
Em relação ao aumento do efetivo, uma das reivindicações dos empresários, Michels justificou que a Brigada Militar apresenta uma média de 24 mil homens há mais de 30 anos. Uma das causas apontadas por ele foi o número de emancipações ocorrido nos últimos anos no estado. Pequenas comunidades que passaram à condição de municípios passaram a exigir e foram atendidas com postos da Brigada Militar e da Polícia Civil, gerando um déficit no efetivo policial. "Já contratamos 2.500 policiais militares em fevereiro deste ano e há um concurso em andamento para mais dois mil, além do aumento de 700 homens na Polícia Civil", enumerou Michels.
Para o secretário, o efetivo tem que ser complementado com tecnologia e citou que o governo estadual está investindo em um sistema de videomonitoramento. Este centro eletrônico, com 250 câmeras que se conectam a uma central, irá atender à Grande Porto Alegre para a captura de carros furtados ou roubados. Para Michels, o sistema tem um caráter intimidatório e se der certo será estendido para outras regiões gaúchas. "A deficiência na prestação do serviço pode ser amenizada com o uso da tecnologia", ressaltou.
Em relação ao sistema prisional, Airton Michels admitiu que há vários municípios com problemas, e disse que até o fim deste ano o Presídio Central será esvaziado. Novas 2.800 vagas serão criadas no entorno de Porto Alegre. Segundo afirmou, nos últimos anos, ao compararem os custos, gestores públicos optaram pela construção de escolas em vez de investir recursos em presídios, gerando o déficit atual. "É mais barato construir uma escola do que um presídio", disse. Ainda sobre a superlotação da atual estrutura carcerária, ele afirmou que "presídio superlotado não é presídio, é fábrica de infratores. O Brasil é um dos piores países em superlotação nos presídios". A população carcerária no País passou de 140 mil presos em 1995 para 550 mil em 2013. Só no Rio Grande do Sul são mais de 29 mil presidiários.
Também questionado sobre a prática do "prende-solta", Michels declarou que o sistema penal brasileiro é inoperante e que esta cultura tem que mudar. De acordo com ele, 40% dos presos são traficantes de drogas.
Além da reposição do efetivo em 100 policiais militares, a CIC e o Sindicatos Patronais reivindicaram a Airton Michels a substituição de viaturas, a destinação de uma viatura para o patrulhamento da área rural, mais equipamentos, como revólveres, armas não-letais e rádios portáteis, e o aumento do orçamento para manutenção da frota.
Festa da Uva
Uma comitiva da Festa Nacional da Uva 2014 participou da reunião-almoço para divulgar o evento. Além das 25 embaixatrizes, que concorrem ao título de rainha e princesas da Festa da Uva, estavam presentes o presidente da Comissão Organizadora, Edson Néspolo, e a Comissão Social.
Também durante a reunião-almoço, a CIC prestou uma homenagem ao ex-presidente da entidade Nestor Perini, que faleceu na última sexta-feira (2). Foi feito um minuto de silêncio em sua memória. Perini presidiu a CIC de 1991 a 1994.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC