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O prazer de ler e todas as doces implicações deste hábito enriquecedor para a cultura, a moralidade e a alma do homem foram abordados na manhã desta quinta-feira (24) no Café com Informação, na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC). A doutora em educação Cleodes Maria Piazza Julio Ribeiro palestrou a convite do Conselho da Mulher Empresária/Executiva da CIC, responsável pela atividade que ocorre mensalmente.

Cleodes, que é professora e pesquisadora da Universidade de Caxias do Sul (UCS), se intitula privilegiada, pois a opção profissional de lecionar obriga-a a mergulhar no universo da literatura graças ao dever de aprender para ensinar. "Faz parte do senso comum o prazer de comer. Este está liberado. Se educamos o gosto do paladar, o que fazemos com o nosso espírito? Só tem prazer pela leitura quem lê", declarou.

Além da importância para a atualização profissional, a professora destacou que a leitura tem o poder de nos transportar para outro tempo e contribui também para o enfrentamento das dificuldades do dia a dia. "O poeta é um fingidor, que finge muito bem a dor. E nós dizemos: ‘essa é a minha dor'. O prazer de ler é isso; ainda que se fale de dor", observou.

O analfabetismo, de acordo com Cleodes, diminui a dignidade do homem. No entanto, para a professora, o estilo perverso de ensino no Brasil, que obriga as crianças a estarem em sala de aula, não educa adequadamente. Cleodes justifica que os estudantes dominam a técnica, mas não têm a compreensão do que leem, e desta forma jamais poderão usufruir da satisfação de ler.

Em tempos de Orkut, MSN e Twitter a doutora em educação defende que os pais adotem a prática de ler para os filhos, atitude esta que aproxima as crianças do universo literário e no futuro deverá ser um hábito adotado por eles. Cleodes garante que, apesar da internet, o livro não vai desaparecer. "Quando a leitura é boa, chegamos a sentir prazer físico com a prática", definiu.

Fonte: Assessoria de Imprensa CIC