Notícias

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) investirá R$ 7 milhões para a atualização dos estudos de viabilidade técnica e econômica de 14 trechos para retomada do transporte ferroviário de passageiros no Brasil. Entre os trajetos dois estão localizados no Rio Grande do Sul: Caxias-Bento Gonçalves e Pelotas-Rio Grande. A meta é que os estudos sejam iniciados imediatamente e concluídos no prazo de até seis meses.

A informação foi transmitida pelo diretor de Planejamento, Expansão e Marketing da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), Raul De Bonis Almeida Simões, na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), desta segunda-feira (25) , que marcou o início da programação do seminário Serra Gaúcha nos Trilhos. Ele expôs os princípios e estratégias para retomada do transporte ferroviário nos 14 trechos selecionados e defendeu a necessidade de parcerias em diversos níveis para a concretização do projeto. "A disponibilidade de condições adequadas de acessibilidade e mobilidade constitui elemento essencial para a realização das atividades, econômicas ou não, e a qualidade de vida da população, influenciando o estabelecimento e a evolução de processos de desenvolvimento nas cidades e regiões", afirmou.

De acordo com Almeida, os estudos realizados no início da década de 90 não surtiram efeito em função do momento, quando se discutia o processo de concessão das estradas federais ferroviárias para o transporte de cargas, e não existiam mecanismos para firmar parcerias que viabilizassem o uso do sistema para passageiros. Na atualidade, no seu entendimento, estas condições existem, quer na forma de consórcios públicos, envolvendo os três níveis do Poder Executivo, quer como parcerias público-privadas. Além disso, destacou que mundialmente existe um movimento em favor do transporte ferroviário e que a indústria nacional está hoje em condições de produzir os equipamentos necessários à atividade. “Tenho a convicção de que estamos a um passo da concretização da retomada do transporte ferroviário de passageiros”, assinalou.

Ele destacou iniciativas já em andamento no Brasil, como em Belo Horizonte, Natal, João Pessoa e Maceió. Para os 14 trechos selecionados defendeu o uso de sistemas leves, com capacidade para o transporte de 6 mil a 7 mil passageiros/hora/por sentido, com possibilidade de aplicação urbana ou metropolitana e em ligações intermunicipais. Os veículos utilizados são conhecidos como VLT (veículos leves sobre trilhos), com tração diesel ou elétrica, que se movem a uma velocidade média de 45 a 50 km/h.

O trecho em análise na serra tem 60 quilômetros de extensão e liga Caxias do Sul a Bento Gonçalves, passando por Farroupilha, Garibaldi e Carlos Barbosa. A definição dos valores a serem investidos para a restauração da linha da Serra, assim como as demais, depende de estudos de atualização.

O seminário, 12º evento da série A Cidade nos Trilhos realizada pela CBTU, é promovido pela Aglomeração Urbana do Nordeste do Rio Grande do Sul – AUNe/RS, que reúne 10 municípios do Nordeste do estado. O objetivo é propiciar uma visão dos estudos e propostas para o trem regional na Serra Gaúcha, assim como das suas potencialidades e perspectivas. O evento prossegue nesta terça-feira, com a apresentação de novos painéis, entre os quais o da CIC, a cargo dos diretores José Gustavo Bergonsi, da Infra-estrutura, João Alberto Marchioro, de Política Urbana, e Geremias Rech, de Política Turística, sobre as potencialidades do projeto do trem regional. O vice-presidente de Comércio da entidade, Nelson Sbabo, coordenou um dos debates.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC