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Mobilização Por Caxias quer restabelecer ambiente amigável aos negócios e recuperar a qualidade de vida da população
Publicado em 18/09/2017
Preocupadas com a perda de dinamismo da economia da cidade, lideranças empresariais e políticas lançaram nesta segunda-feira (18), em encontro realizado na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), uma proposta para pensar num projeto de desenvolvimento do município. Chamado de Mobilização Por Caxias, o movimento tem como objetivos imediatos restabelecer e implementar um ambiente amigável para os negócios para gerar renda e recuperar a qualidade de vida da população. “Este é um grande movimento para repensar Caxias do Sul e dar continuidade ao seu crescimento”, afirmou o vice-presidente de Indústria da CIC, Carlos Zignani, na abertura da reunião.
Durante o encontro, que reuniu cerca de 100 pessoas, o diretor de Economia, Finanças e Estatística da CIC Astor Schmitt afirmou que Caxias do Sul apresenta sinais de dificuldades, independentemente da conjuntura econômica, e comparou os indicadores da cidade com os de Maringá, no Paraná, que tem servido de modelo às lideranças locais quanto à definição de um novo modelo de desenvolvimento. De acordo com Schmitt, as principais dificuldades de Caxias do Sul, no campo econômico, são a mortalidade de empresas; dificuldade em reter empresas e investimentos de expansão; dificuldade de atrair investimentos relevantes na última década; Plano Diretor desatualizado e fora da realidade; inexistência de um verdadeiro Distrito Industrial e inexistência de iniciativas e revitalização no turismo. A expansão do desenvolvimento caxiense também tem sido afetada por fatores sociais, como desemprego de mão de obra experiente; falta de acesso ao emprego formal por jovens; informalização; favelização e drogadição; baixa qualidade do ensino elementar e evasão escolar, alertou Schmitt.
Em seguida, o presidente do Conselho Superior da CIC, Dagoberto Lima Godoy, também apresentou um diagnóstico da atual situação. Segundo o empresário, a cidade tem cerca de 20 mil desempregados, sofre com a quebradeira de indústrias, a saída de outras e com o fechamento de lojas. Além disso, não há atração de novas empresas, não se tem segurança, há longas filas nos postos de saúde, o trânsito é lento, poucos parques e praças e os bairros estão sem infraestrutura. “Não é essa a cidade que queremos”, enfatizou. Também citando Maringá, ele afirmou que outras comunidades tomaram as rédeas e enfrentaram situações semelhantes.
Para Godoy, o objetivo do Mobilização Por Caxias é justamente apresentar uma proposta de trabalho alicerçada nas experiências passadas e nos exemplos que deram certo. Acrescentou que é preciso deflagrar esse processo com mais êxito que as tentativas anteriores, lembrando iniciativas que também buscaram promover o desenvolvimento de Caxias do Sul, como o Caxias 2000 e o Caxias 2030. Tanto Schmitt quanto Godoy fizeram referência ao I Seminário do Desenvolvimento de Caxias do Sul, que no ano de 1975 reuniu diferentes segmentos e elaborou um documento com sugestões encaminhadas ao prefeito da época, incluindo a ideia de criação do Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae).
O Mobilização Por Caxias surgiu da articulação de entidades e instituições como CIC, Câmara de Vereadores, Secretaria Municipal do Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego, ADCE, CDL, Sescon Serra Gaúcha, Simecs, Simplás, Sinduscon e Universidade de Caxias do Sul. Os próximos passos neste empenho em mobilizar empresas, comunidade e governo incluem a proposta de realização do II Seminário de Desenvolvimento de Caxias do Sul, no mês de outubro, um plano de ações imediatas, em novembro, e a elaboração de um grande plano estratégico, em 2018.
Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)