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Presidente da Abramge alerta para sustentabilidade das empresas de saúde suplementar no Brasil

Gerais

Publicado em 03/10/2016

Reinaldo Scheibe palestrou na reunião-almoço da CIC nesta segunda-feira (3) - Foto: Julio Soares/Objetiva
Reinaldo Scheibe palestrou na reunião-almoço da CIC nesta segunda-feira (3) - Foto: Julio Soares/Objetiva

“O cobertor ficou curto, tanto para a iniciativa privada como para o sistema único de saúde. Os recursos são finitos e as despesas, infinitas. Não existe milagre”. A opinião é do presidente da Associação Brasileira de Planos de Saúde (Abramge), entidade que representa as empresas privadas de assistência à saúde no Brasil, Reinaldo Scheibe, que palestrou na reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), nesta segunda-feira (3). Ele se referia ao impacto do cenário econômico do País no desempenho do mercado de planos de saúde e os desafios para a sustentabilidade do setor.

Depois de apresentar os principais números do segmento, - atualmente são 270 operadores de medicina de grupo no Brasil -, Scheibe criticou a atuação da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) que, segundo ele, não promove saúde. Ao contrário, a excessiva regulamentação, em sua opinião, está engessando o sistema e, consequentemente, trazendo um custo operacional muito grande. “Já passou da hora de sentarmos e rediscutirmos o que deve ser feito e coberto. O sistema está extremamente burocratizado e amarrado, e isso traz prejuízos, pois tem custo e quem paga acaba sendo o consumidor na ponta ou o empresário que oferece aos seus empregados um plano de saúde. É impossível darmos tudo. Vamos chegar num ponto em que as empresas não vão mais querer pagar plano de saúde”, afirmou.

Ele lembrou que a saúde no Brasil é uma indústria “monstruosa” e que nós dependemos dela e de sua capacidade de financiamento. “Não se pode pensar saúde como benevolência. Nenhuma nova tecnologia é colocada de graça, é um negócio”, completou. Scheibe ainda questionou a judicialização da saúde, os prazos exíguos estipulados para o atendimento dos beneficiários e a desproporcionalidade no valor das multas impostas às operadoras. O valor médio das multas aplicadas em 2016 foi de R$ 96.399,91. Em 2015, representaram 57,5% do resultado operacional do setor, que foi de R$ 958 milhões, observou o presidente da Abramge. Além disso, ele citou a elevada carga tributária, se comparada a outros segmentos do setor de serviços, como fator que está impactando o equilíbrio econômico e financeiro dos planos de saúde. No ano passado, a carga tributária chegou a 25,8% do faturamento, acrescentou. Ainda assim, o setor de saúde se mantém entre os principais geradores de empregos no Brasil.

Atualmente, o Brasil tem 48,5 milhões de beneficiários de planos médicos cobertos. Informação referente a 2015 revela que são 5,3 consultas e 15 em média por beneficiário de planos médico-hospitalares. No total, 1,4 bilhão de procedimentos foram pagos pelas operadoras: 267 milhões de consultas e 747 milhões de exames.

Como propostas, Reinaldo Scheibe disse que a Abramge defende o plano regional, que é a cobertura conforme a disponibilidade de equipamentos e infraestrutura (laboratório, clínica, hospital) da região ou do município, e a rede hierarquizada, com acesso pelas especialidades de atenção primária, além de melhorias no modelo de remuneração, com reequilíbrio do resultado (operadora / hospital); pagamento por performance; qualidade da assistência; e combate ao desperdício.  

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)

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