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Modernização é fundamental para reduzir processo de envelhecimento das propriedades rurais, afirma pesquisador da Embrapa

Agronegócios

Publicado em 24/07/2017

Agrônomo Mauro Celso Zanus palestrou na reunião-almoço da CIC alusiva ao Dia do Agricultor - Foto: Antonio Valiente
Agrônomo Mauro Celso Zanus palestrou na reunião-almoço da CIC alusiva ao Dia do Agricultor - Foto: Antonio Valiente

Palestrante da reunião-almoço da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) nesta segunda-feira, em evento alusivo ao Dia do Agricultor, o chefe-geral da Embrapa Uva e Vinho, sediada em Bento Gonçalves, Mauro Celso Zanus, afirmou que ampliar a modernização do campo será fundamental para reduzir o processo de envelhecimento e masculinização das propriedades rurais da Região e fazer frente à saída do jovem do meio rural.  “É preciso tornar o campo não tão estranho, se comparado com a cidade, como é hoje. No campo tem que ter internet e o mundo digital”, afirmou o agrônomo que também coordena o Laboratório de Análise Sensorial da Embrapa Uva e Vinho.

Zanus acredita que para que essa modernização ocorra é necessário muito mais do que iniciativas apenas do produtor, mas principalmente de políticas públicas que acelerem a adoção dessas tecnologias e a viabilidade do campo, de legislação mais adequada ao segmento e de incentivo às pequenas agroindústrias. “Há muitos espaços para modernizar a produção na Região. A sustentabilidade e expansão do turismo e do enoturismo, e a própria preservação de toda a paisagem rural na Região, depende de se encontrar melhores soluções para a agricultura familiar”, avaliou o chefe-geral da Embrapa.

Para o pesquisador, sem se equacionar esses problemas e garantir a permanência do produtor no campo, dificilmente a Região terá ganhos com as ações de turismo. “O turista não vem aqui para ver a Mata Atlântica, isso ele pode ver em outras regiões do Brasil. Ele vem aqui para ver essa paisagem, que é resultado da interação do homem com a mata, a implantação dos vinhedos, os plátanos e os pomares floridos. Essa paisagem é conformada pela atividade do campo e isso tem que ser objeto de atenção do poder público e de todas as entidades. É uma responsabilidade da sociedade. Hoje, infelizmente, a gente vê um afastamento muito grande do campo e isso compromete inclusive até a paisagem rural existente, que é justamente o nosso atrativo para explorar o agroturismo”, ponderou Mauro Celso Zanus.

Numa iniciativa da Diretoria de Agronegócios da CIC, a reunião-almoço desta segunda-feira foi conduzida pelo vice-presidente de Comércio da entidade, Ivanir Gasparin, que salientou o caráter de homenagem do evento ao agricultor. Ao promover uma reunião-almoço com este tema, Gasparin disse que o papel da CIC é justamente o de debater as oportunidades existentes para fortalecer e para diversificar os negócios da cadeia produtiva de Caxias e Região.

Ao fazer apresentar alguns números da cadeia na Serra Gaúcha, o coordenador da Diretoria de Agronegócios da CIC, Evandro Lovatel, revelou que a Região é responsável por 80% da produção de frutas do Rio Grande do Sul, que Caxias do Sul é o município maior produtor de hortigranjeiros do estado e que 40% do abastecimento da Ceasa de Porto Alegre são feitos por Caxias do Sul.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC - Jornalista Marta Guerra Sfreddo (MTb6267)