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Dagoberto Lima Godoy
Presidente do Conselho Superior da CIC

Não há como subestimar a crise que se abateu sobre o País, cuja gravidade é potencializada por abarcar, de uma só vez, economia, política e ética pública e privada, num processo em que os problemas de cada setor realimentam as dificuldades nos outros. Tampouco se podem fechar os olhos para a ameaça particular que assombra a nossa cidade, diante da perda de competitividade das nossas indústrias, em função da globalização dos mercados, do impacto das novas tecnologias e do aprofundamento das desvantagens logísticas da região. A evidência maior dessa conjugação de crises está nos vinte mil empregos perdidos. Afinal, numa população economicamente ativa ao redor de cem mil pessoas, esse flagelo atinge algo como uma em cada cinco famílias caxienses!

Diante de uma realidade tão adversa, podemos, sim, nas conversas entre amigos, desabafar a nossa apreensão e fazer candentes críticas aos responsáveis maiores da esfera política nacional. Só o que não podemos, é desanimar e alimentar pessimismos...

Costumamos reverenciar os nossos antepassados e fazemos isso com vigor, em festas tradicionais, como a Festa da Uva, e nos bailes e rodeios dos CTGs. Assim, valorizamos as vitórias sobre as adversidades dos primeiros tempos da imigração e das revoluções que envolveram a nossa gente. Isso é bom, mas não basta. O momento exige que honremos essa herança de bravura com atitudes concretas para superar as dificuldades de hoje. Não nos faltam exemplos bem atuais de fibra, perseverança e talento. Ainda nas últimas semanas, dois deles tiveram merecido destaque, nas homenagens póstumas ao inesquecível Paulo Bellini e nas comemorações pelo novo e destacado galardão do invencível Raul Randon.  Com tanta inspiração, não nos devem faltar empenho e coragem para retomar, com novo ímpeto, a pujança, que é a marca de Caxias do Sul.

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC