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“Pode consumir com segurança”, afirma pesquisador da Embrapa sobre agricultura convencional

Agronegócios

Publicado em 25/07/2016

Marcos Botton palestrou na reunião-almoço da CIC que abriu programação do 1º Seminário de Agronegócios - Foto: Julio Soares/Objetiva
Marcos Botton palestrou na reunião-almoço da CIC que abriu programação do 1º Seminário de Agronegócios - Foto: Julio Soares/Objetiva

“É aquele que não faz mal à tua saúde! Essa é a melhor resposta para quando me perguntam o que é alimento seguro”, afirmou o doutor em Entomologia, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e palestrante da reunião-almoço que abriu o 1º Seminário de Agronegócios da Serra Gaúcha, nessa segunda-feira (25), Marcos Botton. Promovido pela Diretoria de Agronegócios da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), o evento debate no dia de hoje pesquisas e tecnologias à disposição da produção agrícola que garantam a segurança alimentar.

Para Botton, o fato de se acreditar que os alimentos produzidos no sistema convencional não são seguros tem origem na forma como o uso de ferramentas de controle por parte do agricultor, entre os quais agrotóxicos, é comunicado pelos meios de comunicação à sociedade. De acordo com o especialista, o que diferencia o remédio do veneno é a dose, e o mesmo vale para os agrotóxicos. Para ele, o risco do consumo de frutas, verduras e hortaliças, mesmo com resíduo químico, é infinitamente menor para a saúde do que não incluir esses alimentos na dieta. Botton considera que o perigo está no aumento do consumo de produtos processados e industrializados o que, consequentemente, implica em maior incidência de doenças como obesidade e câncer. “A preocupação com agrotóxicos não pode significar a redução do consumo de frutas, legumes e verduras. Podem consumir com segurança, pois não representam o perigo que as pessoas acham que têm”, disse.

Botton falou ainda que gosta de um termo que os nutricionistas estão usando, que é ‘comida de verdade’. “É o produto in natura comprado direto do produtor e que tanto faz se foi produzido no sistema orgânico ou no convencional. Se a sociedade entender que precisa consumir mais a comida de verdade e menos produtos industrializados, estaremos fazendo um bem absurdo para a saúde e para o setor produtivo, pois estaremos deixando renda direto com os agricultores, que são os que colocam o alimento na nossa mesa”, analisou o especialista. Em Caxias do Sul, apenas 4% da população vive na área rural, e ainda assim o município é o maior produtor de hortifrutigranjeiros do Rio Grande do Sul.

Além de falar sobre a importância de valorizar o agricultor –“produzir alimentos não é uma coisa simples” -, Marcos Botton entende que o caminho para fazer evoluir o mercado agrícola passa pelo desenvolvimento de novas tecnologias, e o Brasil tem mostrado avanços, especialmente no uso de controles biológicos. O cenário de mudanças climáticas, aliás, vai exigir cada vez mais tecnologia e processos produtivos sustentáveis.

Uma iniciativa da Diretoria de Agronegócios da CIC, da qual fazem parte Evandro Lovatel, Nestor Pistorello e Valmir Susin, o 1º Seminário de Agronegócios da Serra Gaúcha conta com patrocínio de Agrocaxias, Senac, Juntos Para Competir (Farsul-Senar-Sebrae) e Agrimar e apoio da Embrapa e Prefeitura de Caxias do Sul por meio da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa).

Fonte: Assessoria de Imprensa da CIC